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Lilia Schwarcz é a nova imortal da Academia Brasileira de Letras

Para o presidente da ABL, Merval Pereira, a eleita para a cadeira de número 9 terá a tarefa de dar continuidade ao trabalho de Machado de Assis

7 mar 2024 - 16h59
(atualizado às 18h00)
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A historiadora Lilia Moritz Schwarcz, autora do livro 'Sobre o Autoritarismo Brasileiro'
A historiadora Lilia Moritz Schwarcz, autora do livro 'Sobre o Autoritarismo Brasileiro'
Foto: Werther Santana/Estadão / Estadão

Na eleição realizada nesta quinta-feira, 7, pela Academia Brasileira de Letras (ABL), a historiadora Lilia Moritz Schwarcz foi escolhida para ocupar a cadeira número 9, sucedendo o diplomata Alberto da Costa e Silva, falecido em novembro. Schwarcz, renomada por suas contribuições à historiografia e antropologia brasileiras, destacou-se entre os concorrentes: o diplomata e escritor Edgard Telles Ribeiro, a escritora Chirles Oliveira Santos, o ex-senador Ney Suassuna e Antônio Hélio da Silva.

A cadeira, que ficou vaga após o falecimento de Costa e Silva, atraiu a candidatura de personalidades marcantes da cultura nacional. A escolha de Schwarcz pela ABL reafirma o compromisso da instituição em promover figuras que tenham legado significativo para a literatura e a cultura brasileiras. A historiadora, conhecida por suas análises profundas sobre o Brasil Império e questões raciais, adicionará à Academia sua vasta experiência acadêmica e literária.

O presidente da ABL, Merval Pereira, expressou a importância da eleição de Schwarcz, destacando que, embora a ABL tenha perdido dois grandes historiadores recentemente, a academia está agora "trazendo uma grande historiadora para suprir esta lacuna".

"Não é uma vaga de historiador - não temos aqui vagas de historiadores, mas é importante manter a nossa tradição de termos os maiores historiadores brasileiros. Lilia já chega com uma tarefa, que é dar continuidade à iconografia de Machado de Assis. Queríamos mais mulheres, porque perdemos recentemente várias de nossas confreiras e tínhamos uma dívida com a representatividade da mulher."

Arnaldo Niskier ressaltou a perda de Alberto da Costa e Silva, "que foi grande historiador e grande acadêmico", mas celebrou a chegada de Schwarcz, esperando que ela "seja uma grande acadêmica."

Domicio Proença Filho também comentou sobre a eleição de Schwarcz, afirmando que a chegada de uma "grande antropóloga e historiadora é de grande importância para a ABL", pois ela "dará uma contribuição muito grande a diversos temas importantes e também para os problemas que Alberto da Costa e Silva se importava."

Heloisa Teixeira expressou entusiasmo com a eleição de Schwarcz, destacando o aumento da representatividade feminina na ABL: "Estou muito feliz. A bancada das mulheres está aumentando e a Lilia vai aprontar!"

Quem é Lilia Moritz Schwarcz

Lilia Moritz Schwarcz é uma das figuras mais proeminentes da academia brasileira, com um trabalho extenso em história e antropologia, focando especialmente na sociedade brasileira. Professora titular da Universidade de São Paulo (USP) e visiting professor na Universidade de Princeton, Schwarcz é autora de vários trabalhos influentes, incluindo As Barbas do Imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos, que ganhou o Prêmio Jabuti.

Seu trabalho caracteriza-se pelo exame crítico das estruturas raciais e da formação da identidade nacional brasileira, abordando temas como o racismo, a escravidão e o período imperial do Brasil. Com a sua eleição para a ABL, Lilia Moritz Schwarcz traz uma contribuição valiosa para a perpetuação e aprofundamento do diálogo sobre a cultura e a história brasileiras.

Estadão
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