MA: em greve, professores de Imperatriz estão sem salário
Em greve há quase 70 dias, professores de Imperatriz, no Maranhão, estão com o salário cortado e sem vias de diálogo com a prefeitura. Por decisão judicial, a prefeitura teria 72 horas para informar o porquê do corte. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino em Imperatriz (Steei), o prazo terminaria nesta quinta-feira e a prefeitura não se manifestou.
Segundo o Steei, a paralisação atinge 55% da categoria. A principal reivindicação é o reajuste salarial. Além dos professores municipais de educação, que atendem principalmente ao ensino fundamental, estão parados vigias, merendeiros, zeladores e outros trabalhadores em educação. Depois de dois meses de greve, a prefeitura cortou os salários dos mais de mil trabalhadores, que estão sem pagamento desde o dia 1º deste mês.
Para ajudar os trabalhadores, o Steei iniciou uma campanha para arrecadar doações. Até agora, foram arrecadadas 40 cestas básicas e alimentos para compor mais dez, além de R$ 1 mil, que serão revertidos também em alimentos. As doações são encaminhadas aos mais necessitados.
"Se você imaginar que um vigia, um zelador ganha R$ 680 por mês, com os descontos salariais, para passar o mês, se passar um mês sem receber, não consegue pagar as contas. Tem trabalhador que está passando fome", disse o presidente do Steei, Wilas Nascimento.
O sindicato conseguiu que a 2ª Vara do Trabalho de São Luís acatasse mandado de segurança impetrado pelo próprio Steei para que os salários dos trabalhadores sejam pagos. A decisão judicial foi de que a prefeitura da cidade justificasse a suspensão do pagamento dos salários no período de 72 horas, prazo que termina hoje.
A Agência Brasil tentou entrar em contato com a prefeitura de Imperatriz por telefone e pelos e-mails disponíveis na página do município na internet, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.
Segundo o sindicato, foi feita apenas uma reunião com a prefeitura, onde esta se mostrou inflexível ante qualquer aumento. Depois disso, não foram estabelecidos mais canais de diálogo. Os trabalhadores pedem reajuste salarial de 13%, tíquete-alimentação de R$ 230 e o plano de carreira, que está há mais de dez anos desatualizado.