Mãe acusa colégio de ser 'conivente' com agressões após filho ser amarrado em cadeira na sala de aula
Caso aconteceu com aluno de 5 anos em colégio particular bilíngue na Zona Norte do Rio de Janeiro
Um aluno de 5 anos foi amarrado em uma cadeira com fita adesiva por uma professora de uma escola particular bilíngue na Zona Norte do Rio de Janeiro, durante uma atividade na sala de aula. O caso aconteceu no dia 8 de maio deste ano, e foi gravado por uma câmera de segurança. A mãe da criança acusou a escola de ser conivente, por não ter demitido a professora de imediato.
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Em relato ao jornal O Globo, a mãe do garoto defendeu que "o papel da escola deveria ser educar", e que considerou que a escola foi conivente, já que manteve a professora no quadro de funcionários por algum tempo depois do caso. A direção da escola afirmou à família do aluno que deu uma advertência verbal à professora, mas nesta quarta-feira, 25, o colégio informou que a professora não faz mais parte do quadro de funcionários.
"Ele falou que foi amarrado depois de levantar duas vezes para guardar material e que estava muito triste porque os amigos riram. Disse também que foram os amigos que ajudaram a salvá-lo. Em casa, entreguei uma fita adesiva para ele e pedi para ele repetir o que havia acontecido. Ele amarrou o pai à cadeira pela cintura", contou a mãe da criança. O menino teria dito o que aconteceu para a avó, ao sair da escola.
Um vídeo mostra que o menino estava de pé, mexendo em um estojo. A professora o segura pelos braços e o coloca sentado na cadeira, empurrando-a para mais perto da mesa. Depois, a criança gesticula, estendendo o estojo. A mulher pega uma fita adesiva verde e amarra o aluno junto à cadeira.
Outra funcionária da escola se aproxima, mas não impede a ação. A criança tenta levantar de novo, e é contida pela professora. Depois, ela vai para a frente da turma e começa a dar uma explicação. Incomodado, o menino tenta se livrar da fita adesiva, sem conseguir. Alguns minutos depois, colegas o ajudam e conseguem tirar toda a fita.
A mãe pediu para ver as imagens gravadas. "A professora disse que foi uma 'brincadeira infeliz'. A direção, ao invés de demitir a professora, disse ter feito uma advertência verbal", contou ao O Globo.
O menino ficou sem ir para a escola por duas semanas, mas depois pediu para voltar, e os pais concordaram. Após o retorno, ele se sentiu incomodado, e saiu, indo para outra instituição de ensino.
"Saíram meu filho e mais nove alunos da turma. As pessoas têm que entender que o papel do colégio é educar. O que mais dói é que a escola foi conivente. Não demitiu a professora", lamentou a mãe.
De acordo com ela, o filho está bem na nova instituição e faz terapia. Os pais estão processando o colégio na Justiça, e a unidade é investigada pela polícia em um inquérito por maus tratos. A família também pede reparação por danos morais.
O Terra tentou entrar em contato com o colégio, mas não obteve retorno. Ao jornal carioca, a rede Maple Bear afirmou que não tolera "qualquer tipo de tratamento constrangedor ou vexatório por parte de nenhum membro de nossas escolas franqueadas".
"Ciente do nosso compromisso de zelar pela dignidade de nossos estudantes, informamos que não toleramos qualquer tipo de tratamento constrangedor ou vexatório por parte de nenhum membro de nossas escolas franqueadas e situações como essa são sempre conduzidas com extremo rigor. Vale ressaltar que atualmente a professora em questão não faz mais parte do quadro de colaboradores da unidade franqueada.
Por fim a rede reforça que estimula a adoção de critérios rigorosos para recrutamento e seleção de talentos, bem como promove diversas capacitações ao staff desde a contratação. As escolas também promovem práticas junto aos colaboradores com temáticas de saúde mental, regulação emocional e segurança psicológica, com o objetivo de promover um ambiente saudável e harmonioso dentro de nossa comunidade escolar.
O caso tramita em segredo de justiça para preservar a criança", diz o comunicado.