Mais de 22 mil alunos são impactados por megaoperação em comunidades do Rio
Polícias Militar e Civil realizam uma megaoperação para localizar e prender chefes de facção; escolas foram afetadas
Mais de 22 mil alunos foram afetados pela megaoperação que as Polícias Militar e Civil realizam na manhã desta terça-feira, 27, em comunidades do Rio de Janeiro, para localizar e prender chefes de facção. Os dados foram informados ao Terra pela Secretaria Municipal de Educação.
Até a última atualização desta reportagem, ao menos nove suspeitos foram mortos, dois policiais e quatro criminosos ficaram feridos, três suspeitos foram presos e dois menores apreendidos. Conforme balanço parcial, a PM também apreendeu sete fuzis, três pistolas, oito rádios, dois veículos, uma motocicleta roubada e entorpecentes.
Segundo a Secretaria Municipal de Educação, mais de 60 escolas tiveram as atividades afetadas devido a ação, sendo que:
- No Complexo da Maré, 24 unidades escolares foram impactadas pelas operações policiais em curso na área, afetando 8.140 alunos.
- No Complexo da Penha, 16 escolas foram impactadas, afetando 4.894 alunos.
- No Complexo do Alemão, 20 unidades escolares foram impactadas, afetando 7.185 alunos.
- No Morro do Trem, duas escolas foram impactadas, afetando 342 alunos.
- Nas comunidades do Quitungo e Guaporé, duas unidades escolares foram impactadas, afetando 455 alunos.
- Na Cidade de Deus, cinco escolas foram impactadas, afetando 1.580 alunos.
A ação começou nas primeiras horas desta terça, com foco em diversas comunidades onde o Comando Vermelho (CV) impera. Além de prender lideranças do tráfico, a ação visa reprimir o crime organizado e a expansão territorial em várias regiões da capital fluminense. As comunidades onde os policiais estão são:
- Complexo da Maré, na Zona Norte;
- Complexo do Alemão, na Zona Norte;
- Complexo da Penha, na Zona Norte;
- Engenho da Rainha, Juramentinho e Ipase, em Vicente de Carvalho, na Zona Norte;
- Flexal, em Inhaúma, na Zona Norte;
- Guaporé, Tinta e Quitungo, em Brás de Pina e Cordovil, na Zona Norte;
- Cidade de Deus, na Zona Oeste.
Balanço da operação
- 2 policiais militares feridos e estáveis (BPChq e 3º BPM);
- 7 criminosos mortos em confronto (4 São João de Meriti e 3 na Flexal);
- 2 suspeitos mortos socorridos por populares (Rua Canitar);
- 4 criminosos feridos (1 na Flexal, 2 na Nova Brasília e 1 na Chacrinha);
- 3 criminosos presos (1 na Penha, 1 na Nova Brasília e 1 na Linha Vermelha);
- 2 menores apreendidos (Quitungo);
- 7 fuzis apreendidos;
- 3 pistolas apreendidas;
- 8 rádios apreendidos;
- 2 veículos apreendidos;
- 1 motocicleta roubada recuperada;
- Entorpecentes a serem contabilizados.
Complexo do Alemão
Quatro mortes ocorreram no Complexo da Penha, quando policiais do 21º BPM (São João de Meriti) entraram em confronto com criminosos armados. Segundo a PM, os suspeitos ocupavam um carro e saíam da comunidade com destino ao Trio de Ouro, no centro do município.
O bando chegou a trocar tiros com as autoridades, e foram socorridos à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Jardim Íris, mas não resistiram aos ferimentos. Três dos suspeitos eram conhecidos como "Tomate", "Gato" e "Mazem", e conforme a PM, atuantes no Complexo da Penha e nas Comunidades do Chapadão e do Gogó da Ema.
Com eles, foram apreendidos dois fuzis calibre 7.62, quatro carregadores, dois rádios comunicadores e uma capa de colete balístico, além do carro roubado. A ocorrência foi apresentada na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF).
Na Rua Canitar, no interior do Complexo do Alemão, dois suspeitos feridos foram socorridos por pessoas da região e não resistiram. Um deles, conhecido como "Talibã", tinha duas passagens policiais. O segundo também tinha outras duas passagens.
Mais um fuzil e diversos carregadores foram apreendidos na Comunidade da Fazendinha, também no Complexo do Alemão.
Outras ocorrências
A Polícia também informou que na Comunidade da Flexal quatro criminosos foram atingidos em confronto e duas pistolas foram apreendidas. Três dos criminosos não resistiram aos ferimentos e morreram. Certa quantidade de drogas foram apreendidas.
Já na Avenida Brás de Pina, suspeitos armados em um carro atiraram contra policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Vila Cruzeiro, gerando confronto. Os bandidos fugiram a pé e os policiais apreenderam no veículo 31 tabletes de maconha e uma pistola calibre 9mm.
Na Comunidade do Quitungo, equipes do 16º BPM (Olaria) desmontaram um ponto de tráfico de drogas, prendendo dois homens. Além de rádios comunicadores, uma certa quantidade de entorpecentes foram localizados.
No Complexo da Penha, um policial do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) foi atingido no braço e precisou ser socorrido ao Hospital Central da Polícia Militar (HCPM), no Estácio. De acordo com a PM, o estado de saúde do militar é estável.
Um policial do 3º BPM (Méier) foi ferido por estilhaços durante as ações. O militar foi socorrido ao Hospital Municipal Salgado Filho e está estável.
Um criminoso, conhecido como "Bebel da Penha" e foragido da Justiça, foi preso no Complexo da Penha por equipes do Batalhão de Polícia de Choque e da Subsecretaria de Inteligência da Corporação.
Já na Av. Brigadeiro Trompowski, na Maré, nas proximidades da Linha Vermelha, um foragido da Justiça foi preso tentando fugir em um ônibus.
Na Comunidade da Nova Brasília, dentro do Alemão, dois suspeitos foram atingidos em confronto com equipes do Bope e socorridos, e um terceiro foi preso. Três fuzis foram apreendidos pelas autoridades. Equipes também localizaram diversos tabletes de entorpecentes prensados.
Ainda segundo a Polícia Militar, criminosos atearam fogo em barricadas e jogaram óleo nas ruas em vários pontos das comunidades, para dificultar as ações da PM.
Na Zona Oeste, equipes do 18º BPM (Jacarepaguá) entraram em confronto com criminosos armados na Comunidade da Chacrinha. Um suspeito foi atingido e socorrido e um fuzil foi apreendido. A operação continua em andamento.