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MEC lança edital com 5.700 vagas para novos cursos privados de Medicina; entenda critérios

Distribuição de vagas atenderá previsões do programa Mais Médicos; pasta quer criar 2 mil vagas em universidades federais, mas não há prazo para proposta

4 out 2023 - 13h36
(atualizado às 16h24)
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Fachada do Ministério da Educação, em Brasília
Fachada do Ministério da Educação, em Brasília
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado / Estadão

O Ministério da Educação (MEC) lançou nesta quarta-feira um edital com abertura de 5.700 vagas para novos cursos de Medicina no ensino superior privado neste ano. A distribuição das vagas atenderá a critérios estabelecidos pelo programa Mais Médicos. A expectativa é que a medida ajude a distribuir a formação de médicos pelo território nacional, evitando a concentração em grandes centros.

A projeção do MEC é de que seja necessário abrir até 10 mil vagas, em universidades públicas e privadas, para atender às necessidades do País. Além da abertura do edital para universidades privadas, a pasta planeja uma expansão de cerca de 2 mil vagas nas universidades federais, mas ainda não há prazo para o aumento ser concretizado.

O edital lançado nesta quarta-feira pelo ministro da Educação, Camilo Santana, e pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, institui uma pontuação a partir de critérios específicos para cada universidade que queira abrir vagas de Medicina.

A análise por parte do governo vai considerar o projeto pedagógico do curso; plano de contrapartida a ações e programas do Sistema Único de Saúde (SUS) na região onde o curso estiver localizado; oferta de bolsas para os estudantes; plano de implantação de residência médica; entre outros.

"Estudos internacionais mostram que a interiorização de cursos com a residência são aspectos fundamentais para fixação de médicos. Na lei dos Mais Médicos já previmos incentivo de fixação com formação, com especialização. Não é possível pensar em fixação sem esses elementos", analisou a ministra da Saúde, Nísia Trindade.

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"Partimos da meta de querermos que, nos próximos dez anos, a gente tenha a média de médicos estabelecida pela OCDE, que é 3,3 médicos por mil habitantes. Para isso, teríamos que gerar, aproximadamente, 10 mil novos médicos nos próximos anos. O que se estabeleceu? Seria esse edital que vai ofertar 5.700 vagas. Vamos, em breve, lançar também vagas nas universidades públicas federais, a expansão das vagas ou novos cursos em universidades federais dentro dessa estratégia. E, recentemente, lançamos edital de expansão das vagas dos cursos já existentes, perfazendo a estratégia dessa ampliação", explicou o ministro Camilo Santana.

Moratória chegou ao fim em abril deste ano

Em 2018, o governo do então presidente Michel Temer instituiu uma moratória que vedava a criação de graduações de Medicina. Na época, o argumento era evitar a precarização da formação médica, que tinha vivido uma explosão nos anos anteriores.

Na prática, porém, milhares de vagas foram criadas durante os cinco anos de moratória por meio de ações judiciais. A moratória chegou ao fim em abril deste ano e o governo Lula desenhou novas regras para o processo de abertura de vagas. O ministro listou os aspectos considerados relevantes pelo MEC para formulação do edital.

"Primeiro, fortalecimento do SUS. Segundo, dentro da lei do programa Mais Médicos, que foi estabelecido com esse governo com o objetivo de focar na qualidade da formação de nossos profissionais de saúde. (Terceiro) Olhar para os vazios tanto de médicos quanto de formação, ou seja, desconcentração, e essa foi uma das estratégias desse edital; e a fixação, a ideia de garantir que esse médico possa ficar na região", disse o ministro Camilo Santana.

Estadão
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