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Membro da ABL reivindica reforma no sistema educacional do país

2 out 2014 - 09h17
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O Brasil precisa de uma reforma "enorme" de seu "ultrapassado" sistema educacional para preparar os estudantes para os desafios da sociedade do conhecimento, afirmou nesta quinta-feira Arnaldo Niskier, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL).

Niskier, que participou de uma conferência sobre o poeta Manuel Bandeira no Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Salamanca, no centro da Espanha, afirmou em entrevista à Agência Efe que, apesar de o Brasil ter 60 milhões de estudantes, 200 mil escolas e três milhões de professores, o sistema educacional está defasado.

"Conheço bem os políticos. Falam muito de educação, mas fazem pouco. É preciso pagar melhor os salários dos professores e fazer uma reformulação completa do conteúdo", declarou.

O acadêmico avaliou o trabalho desenvolvido pela presidente da República, Dilma Rousseff, no campo da educação e considerou "muito importante" a criação do Programa Nacional de Acesso à Escola Técnica (Pronatec), que hoje conta com 12 milhões de estudantes. No entanto, lamentou que "sejam sempre poucas" as medidas desse tipo.

Para o imortal da ABL, o programa é o maior exemplo de que os temas educativos dependem "da autoridade maior", ou seja, que o presidente da República tenha "consciência de que deve proteger a educação e criar projetos sensíveis à população com efetividade e excelentes resultados".

Niskier reivindicou pensadores "autônomos, com soberania e que pensem com a perspectiva sociocultural do país", e advertiu que não se pode criar um pensamento brasileiro "pensando com a cabeça dos outros", ou seja, de pessoas de outros países ou continentes.

Sobre o poeta Manuel Bandeira, tema principal do evento, Niskier louvou sua figura e o classificou como um dos precursores do modernismo brasileiro e da poesia no país. Segundo ele, há grandes poetas no Brasil, o principal problema.

"O problema é que não são vendidos muitos livros, uma pena, pois se a política oferecesse apoio, a poesia seria mais prestigiada", disse.

EFE   
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