Script = https://s1.trrsf.com/update-1730403943/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Mexicana superdotada é a psicóloga mais jovem do mundo

Jovem de 13 anos foi incluída na lista das 50 mulheres mais poderosas do México

18 jul 2015 - 22h47
(atualizado em 19/7/2015 às 10h15)
Compartilhar
Exibir comentários
Em agosto, Dafne assumirá o lugar do irmão como psicóloga mais jovem do mundo
Em agosto, Dafne assumirá o lugar do irmão como psicóloga mais jovem do mundo
Foto: BBC Mundo

Ela terminou o ensino primário aos seis anos e o ensino secundário um ano depois. Começou a universidade aos 10 anos e no próximo mês, aos 13, será a psicóloga mais jovem do mundo.

A mexicana Dafne Almazán é superdotada, assim como seu irmão Andrew, de 20 anos, e sua irmã Delanie, de 17. Recentemente, ela foi incluída na lista das 50 mulheres mais poderosas do México, o que considera "impressionante".

"Disseram que foi porque meu caso era inspirador", contou à BBC Mundo.

Em agosto, quando ela terminar seus estudos à distância no Instituto Tecnológico e de Estudos Superiores de Monterrey, no entanto, ela não começará imediatamente a atender pacientes.

Dafne pretende fazer um mestrado e já pensa em um doutorado.

"Todos estes conhecimentos vão me servir para ajudar crianças superdotadas, que é a área à qual eu quero me dedicar. Quero que minha história abra novas portas às crianças e destrua o mito de que nós não temos infância."

'Atividades normais'

Apesar de estudar 12 horas por dia, Almazán afirma conseguir levar a vida como uma garota normal de 13 anos. Ou quase.

"Não é porque estou na universidade que não posso continuar me divertindo, então quando minhas amigas vêm, vemos filmes, conversamos, brincamos, (fazemos) atividades normais", explica.

Mas isso acontece quando ela não está estudando, fazendo taekwondo – já é faixa amarela – pintando, tocando piano ou dando aulas de mandarim a outros superdotados. A garota também já praticou balé clássico, natação e patinagem artística no gelo.

Mas seus próximos passos não serão no mundo dos esportes e das artes. "Tenho que me desenvolver profissionalmente para depois ter as ferramentas necessárias para ajudar as crianças, para que elas não sofram e vejam que é possível fazer tudo isso", afirma.

Dafne dá aulas para alguns dos 250 alunos do Centro de Atenção ao Talento (Cedat), uma instituição fundada por seus pais com o objetivo de acolher crianças e jovens com capacidade intelectual acima da média no México.

Dafne aprendeu a andar antes de completar um ano. Aos dois anos e meio, sabia ler e escrever
Dafne aprendeu a andar antes de completar um ano. Aos dois anos e meio, sabia ler e escrever
Foto: BBC Mundo

"Alguns deles tem dificuldades para escrever os caracteres ou pronunciar as palavras (em chinês), então decidi ajudá-los", diz a jovem psicóloga, que também fala inglês, francês e latim.

"Quando eu terminar o doutorado, gostaria de dar aulas a crianças. Eu gosto muito de ensinar."

'Aceleração radical'

O pai da garota, Asdrúbal Almazán, diz que o Cedat se baseia em um modelo educacional desenvolvido pelo irmão mais velho de Dafne, Andrew – que é, até o momento, o psicólogo mais jovem do mundo, segundo a organização World Record Academy.

O modelo psicopedagógico é chamado de teoria nomênica e se baseia na segregação total das crianças superdotadas. A chave do sucesso, segundo ele, é deixá-las principalmente longe dos adultos. "As crianças se desajustam", afirma Almazán.

Em seus estudos no centro, Dafne também seguiu o modelo de "aceleração radical", que seu pai explica como "deixar que a criança aprenda sem nenhum freio".

Pai de Dafne afirma que, mesmo realizando muitas atividades, crianças superdotadas têm tempo para brincar
Pai de Dafne afirma que, mesmo realizando muitas atividades, crianças superdotadas têm tempo para brincar
Foto: Cedat

"Às vezes pode parecer que estamos tirando a infância deles. Uma menina de 13 anos que estuda chinês, francês, inglês, piano, robótica, e artes plásticas. As pessoas pensam que não dá tempo."

"Mas não é assim. É simplesmente organização, porque eles também jogam, brincam."

Dafne vai falar sobre sua experiência com a "aceleração radical" em agosto, na Dinamarca, durante um congresso do Conselho Mundial de Crianças Superdotadas e Talentosas (WCGTC, na sigla em inglês).

Em família

Almazán também diz que a estabilidade emocional e a unidade do núcleo familiar são importantes para que os superdotados se desenvolvam. No entanto, ele reconhece que, na sua família, o caminho não foi fácil.

"O primeiro, Andrew, nos deu mais trabalho. Foi porque nos vimos sem respostas, pensávamos que tinhamos um filho diferente que não se ajustava em nenhum lugar", relembra.

"Essa foi a razão para abrirmos o centro. Para poder atender crianças que, como ele, aprendem muito rápido e não têm as pessoas adequadas para guiá-los e ver como sofrem por serem diferentes."

No princípio, ele afirma que "tiveram muitos diagnósticos errados" sobre o que havia de diferente com seu filho. "Nos rebelamos, assumimos que ele era uma criança superdotada e começamos a nos preparar para entender o fenômeno."

Aos 20 anos, Andrew não só é psicólogo como também se formou em medicina, tem um mestrado em educação, está terminando um doutorado e é pesquisador.

Segundo dados do Cedat, 93% das crianças superdotadas são diagnosticadas erroneamente com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), o que pode gerar tratamentos inadequados e provocar a perda de suas capacidades.

Mesmo preparados, os pais de Dafne não queriam que, porque seus irmãos eram superdotados, ela se sentisse pressionada.

No entanto, a garota mostrou ser precoce ainda antes de um ano, quando aprendeu a caminhar. Seus pais davam giz de cera para que ela pintasse, mas ela insistia em pedir lápis.

Uma das brincadeiras dos irmãos superdotados Dafne, Andrew e Delanie era recriar a Revolução Francesa
Uma das brincadeiras dos irmãos superdotados Dafne, Andrew e Delanie era recriar a Revolução Francesa
Foto: Cedat

Observando sua irmã e usando os lápis para escrever em um guardanapo que escondia, aprendeu a ler e a escrever aos dois anos e meio.

"Ela queria os lápis porque, com os giz de cera, não podia escrever. Quando vimos que ela aprendeu a ler, pensamos: 'Não podemos lutar contra isso'", diz o pai.

Segundo ele, entre os irmãos havia competição e ciúme, algo comum entre crianças com capacidade intelectual acima da média.

"Todos são muito competitivos, querem ser os melhores. Então na dinâmica familiar, os pais devem focar sobretudo em ensiná-los respeito."

Mesmo assim, as brincadeiras dos irmãos também eram oportunidades de aprendizado.

"Os três brincavam de Revolução Francesa, imprimindo os retratos dos personagens e jogando em um mapa. Para nós, era muito bom ver que estavam aprendendo."

Superdotados: especialista dá dicas de como reconhecê-los:
BBC News Brasil BBC News Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da BBC News Brasil.
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade