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Ministro defende uso de salas especiais nas escolas

Para Milton Ribeiro, há alunos com determinado grau de deficiência em que "é impossível a convivência em sala de aula

19 ago 2021 - 20h21
(atualizado em 25/8/2021 às 10h15)
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O ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse nesta quinta-feira, 19, que existem crianças com determinado grau de deficiência em que "é impossível a convivência em sala de aula" e defendeu o uso de salas especiais para esses alunos. A afirmação ocorreu após o titular da pasta dizer, em uma entrevista na semana passada, que estudantes com deficiência atrapalham os colegas de classe. As declarações de Ribeiro motivaram críticas e, ainda nesta quinta, ele se desculpou nas redes sociais.  

Reverendo pastor Milton Ribeiro, da Igreja Presbiteriana Jardim Oração, de Santos, nomeado para ser o 4.º ministro da Educação de Jair Bolsonaro
Reverendo pastor Milton Ribeiro, da Igreja Presbiteriana Jardim Oração, de Santos, nomeado para ser o 4.º ministro da Educação de Jair Bolsonaro
Foto: Mackenzie/ Divulgação - 18/10/2018 / Estadão Conteúdo

"Nós temos 1,3 milhão de crianças com deficiência que estudam nas escolas públicas. Desse total, 12% têm um grau de deficiência em que é impossível a convivência", afirmou Ribeiro, em visita a Recife. "O que o nosso governo fez? Ao invés de jogá-los em uma sala de aula simplesmente pelo inclusivismo, nós estamos criando salas especiais para que essas crianças possam receber o tratamento que merecem e precisam", acrescentou.

Na entrevista à TV Brasil, ele já havia feito a mesma crítica. "O que é inclusivismo? A criança com deficiência é colocada dentro de uma sala de alunos sem deficiência. Ela não aprendia, ela 'atrapalhava' - entre aspas, essa palavra eu falo com muito cuidado - ela atrapalhava o aprendizado dos outros, porque a professora não tinha equipe, não tinha conhecimento para dar a ela atenção especial", afirmou à emissora.

Um decreto do presidente Jair Bolsonaro, de outubro do ano passado, incentiva a criação de salas e escolas especiais para crianças com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento, como autismo, e superdotação. O documento foi visto como um retrocesso nas políticas de inclusão no País e discriminatório, por abrir brechas para que os colégios passem a não aceitar estudantes nesse perfil. Em dezembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu suspender o decreto, em ação movida pelo PSB.

Em sua conta no Twitter, Ribeiro se desculpou pela fala na noite desta quinta. "Inicio pedindo perdão a todos que sentiram-se ofendidos ou constrangidos com a forma como me expressei em relação aos nossos educandos especiais", disse. "Algumas palavras foram utilizadas de forma não apropriada e não traduzem, adequadamente, o que eu quis expressar. Minha intenção foi referir-me quanto à dificuldade de desenvolvimento adequado de algumas crianças com deficiências em classes comuns", completou.

Estadão
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