O ChatGPT deixa professores assustados. Mas como a ferramenta pode ajudar nas escolas?
Educadores acreditam que ferramenta deve ser incorporada a um arsenal 'crítico' e servir também para a construção da autonomia
Ferramentas tecnológicas como o ChatGPT, capazes de automatizar tarefas, têm provocado transformações nas escolas. Se por meio desse sistema é possível produzir textos com linguagem similar à humana em poucos minutos, por que o estudante não pode recorrer a ela? Por outro lado, por que o professor está exigindo atividades deste tipo em pleno século 21, sabendo que há máquinas que podem cumpri-las?
Lançado em novembro do ano passado, o ChatGPT é um software desenvolvido com inteligência artificial capaz de criar histórias, escrever receitas, responder perguntas, produzir artigos, e mais uma infinidade de ações. Sendo assim, o sistema pode facilitar a vida do estudante que precisa, por exemplo, produzir um texto sobre a Revolução Industrial ou um artigo sobre as consequências do aquecimento global.
Para Graziela, a inteligência artificial abre possibilidades para que os educadores planejem tarefas considerando seu potencial para contribuir com a evolução do conhecimento e a construção da autonomia do estudante. "O ChatGPT pode ser útil para ajudar a economizar tempo em uma tarefa que não exige criatividade ou pensamento crítico. Com isso, o usuário pode usar a ferramenta para executar determinadas funções e ganhar tempo para se dedicar a produzir outras, mais significativas. Isso é positivo. O importante é aprender a usar", afirma Graziela.
Gamificação
Na FIAP School a gamificação é uma estratégia utilizada para desafiar os alunos da educação básica a atuarem sobre problemas reais. Os estudantes precisam tirar uma ideia do papel e desenvolver uma série de check-points para a atividade multidisciplinar gamificada, ou seja, baseada em jogos. "Trabalhamos com desafios reais, assim não gera no aluno a dúvida: por que estou aprendendo isso? É uma forma de aplicarem, de fato, a teoria na prática. No ensino superior aplicamos desafios que envolvem problemas e empresas reais. Na educação básica, existem problemas de humanidade", explica o professor Gustavo Torrente.
No ano passado, em uma dessas atividades, os alunos da FIAP criaram um "robô peixe" cuja função era ingerir o lixo encontrado no Lago do Parque da Aclimação, localizado próximo do colégio. Mesclando conhecimentos de diferentes áreas, desenvolveu-se um equipamento que foi aprovado, inclusive, pela administração do parque, que "encomendou" várias unidades para ajudar a despoluir o local.