Script = https://s1.trrsf.com/update-1734630909/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

'O Novo Ensino Médio está produzindo uma miséria educacional', diz especialista

Doutor em Ciências pela USP e professor da UFABC, Fernando Cássio defende que proposta atual seja revogada e um novo modelo pensado a partir de maior diálogo com professores e alunos

5 abr 2023 - 05h11
(atualizado às 09h27)
Compartilhar
Exibir comentários

Doutor em Ciências pela USP e professor da UFABC, Fernando Cássio acredita que o modelo proposto do Novo Ensino Médio "não tem salvação" e defende que a proposta seja completamente revogada. "O ponto básico é que a reforma é impossível de ser implementada. Não adianta dizer que tem bons princípios, se é irrealizável para a maioria", afirma.

Segundo Cássio, que integra a Rede Escola Pública e Universidade (REPU) e o comitê diretivo da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, o modelo proposto em 2016 e aprovado no ano seguinte "está produzindo uma tragédia e miséria educacional". Ele defende que seja feita uma nova reforma, com maior participação popular e foco nos problemas estruturais da educação, como um plano de carreira melhor para professores e mais investimento para manter alunos em período integral na escola.

O Estadão ouviu dois especialistas sobre o tema. Priscila Cruz, presidente do Todos pela Educação, é contrária à revogação da proposta como um todo e diz que é hora de "parar a bola no campo, reorganizar o jogo e depois continuar". O professor Cássio se posiciona de forma oposta. Veja abaixo a entrevista.

Reforma do ensino médio e Enem: O que muda a partir de agora?

Decisão da gestão Lula deve adiar cronograma da reforma, que previa mudanças no Enem para 2024. Entenda as principais implicações da medida

  • Reforma do ensino médio: MEC decide adiar mudanças no Enem

    Governo não fala em revogação e implementação do novo modelo continua nas salas de aula, mas ministério suspende calendário de adaptação do exame após críticas de entidades

  • Camilo Santana confirma suspensão do calendário do novo ensino médio e das mudanças no Enem

    Portaria será assinada nesta terça. Ministro diz que nada muda nas redes de ensino

  • Como deve ser feito o debate sobre um novo modelo, então? Acha que uma Conferência Nacional de Educação seria o melhor caminho para alcançar o máximo de participação popular?

    A Conferência Nacional de Educação está na política nacional de participação social, é um instrumento feito nos municípios e Estados. Isso chega até o nível dos bairros. O próprio Partido dos Trabalhadores defende esse tipo de modelo, que foi criado por eles.

    Eu entendo a revogação como um ponto de partida, não chegada. Porque, objetivamente, a reforma do ensino médio está reproduzindo tragédia e miséria educacional.

    Como avalia a sinalização do governo Lula de suspender o calendário de implementação da mudança? Não tem medo de que isso possa atrapalhar o aprendizado de quem já começou a mudança?

    A revogação não é um botão que você aperta e volta exatamente ao que (o ensino médio) era antes. Vários Estados não implementaram as mudanças ainda, em outros elas ainda estão sendo implantadas de forma paulatina.

    A revogação e suspensão ainda é um boato, porque não tem nenhuma portaria publicada. Mas como você vai seguir com o cronograma de implementação de uma coisa que, em tese, pode mudar com o resultado de uma consulta pública? O efeito concreto dessa suspensão é nenhum. Não tem nenhum efeito a suspensão do cronograma. Nos lugares onde não foi implementado ainda, acho que suspender é algo positivo. O que eu vejo é alunos de ensino médio desesperados porque não têm aula nem conteúdo.

    Estadão
    Compartilhar
    Publicidade
    Seu Terra












    Publicidade