Pais de adolescente denunciam racismo em escola do DF: 'Volta para a senzala'
Colégio particular afirma que suspendeu o aluno responsável pelos ataques e contatou os pais
A família de um adolescente de 14 anos afirma que ele foi vítima de racismo durante uma partida de futebol em um colégio particular na Asa Sul, em Brasília. Segundo os pais do menino em entrevista à TV Globo, um colega do mesmo ano o chamou de "macaco". "Volta para a África, para a senzala", também teria dito o estudante. O caso ocorreu em março deste ano.
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Passados dois meses, os pais resolveram vir à público falar sobre o assunto. Isso porque, segundo os responsáveis da vítima, eles ainda apostavam que a escola tomaria alguma atitude efetiva contra o comportamento do aluno responsável pelos ataques.
No entanto, o Colégio Sigma apenas promoveu uma palestra para os estudantes, como foi informado pelos pais. "Não sei que efetividade tem isso dentro do contexto para solucionar a situação", disse Sabryna Alves Melo, mãe da vítima, à Globo.
O pai também lembrou em relato que o jovem mudou o comportamento em casa, fato que acendeu um alerta de que algo de errado estava acontecendo. "Eu trabalho no aeroporto e chego por volta de 22h30 e ele sempre me aguarda, só vai dormir quando eu chego. Aí um dia eu cheguei e ele já estava dormindo, achei estranho e conversei com minha esposa", relembrou Luiz Cláudio.
Foi então que eles descobriram o que tinha ocorrido. "Durante a partida, gratuitamente, o colega do mesmo ano, mas de sala diferente, o chamou de 'macaco', 'volta para a África, para senzala' que lá era o lugar dele, e a todo momento que ele pegava na bola, era o mesmo ataque. No segundo dia, novamente. Na entrada da escola, eles se cruzaram e teve o mesmo ataque racista, passou por ele e xingou de macaco", afirma o pai do adolescente.
Em nota à Globo, a instituição garantiu que tomou outras providências sobre o ocorrido. No pronunciamento, o Sigma afirma que suspendeu o aluno que teria cometido racismo, mas não chegou a expulsá-lo. O colégio ainda disse que "reforça seu compromisso com a educação antirracista, atuando de forma educativa e disciplinar".
Também no pronunciamento, a escola frisou que aplica sanções em casos como esse, que vão desde a suspensão do aluno das atividades regulares até a realização de trabalhos pedagógicos. A instituição de ensino ainda garantiu que sempre entra em contato com os responsáveis e eles costumam assinar um termo de ajuste de conduta.
Conforme apuração da TV Globo, esse é o quinto caso de racismo em escolas no Distrito Federal em pouco mais de um mês. Os outros epsidódios aconteceram também na Asa Sul, na Asa Norte e em Taguatinga.