Pesquisadores solucionam problema matemático que não era resolvido há 124 anos no interior de SP
Físicos e matemático brasileiros criaram teoria para resolver problema e concorrem a prêmio na Itália
Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro, em São Paulo, podem ter solucionado um problema matemático que não era resolvido há mais de 124 anos. A descoberta pode revolucionar a cibersegurança e a criptografia quântica.
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A descoberta foi feita por Vinícius Barros da Silva, Edson Denis Leonel e João Peres Vieira, que criaram a Teoria Geométrica de Bifurcações (TGB) que soluciona o 16º problema de David Hilbert, um influente matemático alemão do século 20.
O avanço pode ser definitivo para mudar os rumos da biologia, engenharia, computação e várias outras áreas ligadas. A abordagem dos pesquisadores permite uma análise de comportamentos ciclos-limites em sistemas dinâmicos, usando métricas geométricas.
Os ciclos-limites são trajetórias fechadas e isoladas onde o movimento se repete após determinado tempo. Já os sistemas dinâmicos são sistemas que evoluem no tempo de acordo com regras e leis específicas e conhecidas.
A solução traz impactos para a área e envolve estudos de muitas vertentes do conhecimento. Com a descoberta, será possível solucionar problemas relacionados a reações químicas e aprofundar estudos sobre doenças respiratórias, como a covid-19. Na engenharia, esse conhecimento é usado para desenvolver sistemas de controle de temperatura e circuitos elétricos, segundo explicou Vinícius em entrevista à TV Globo.
A Teoria Geométrica de Bifurcações promete revolucionar áreas como a cibersegurança e a criptografia quântica, trazendo uma abordagem inovadora para a previsão de situações críticas, como o roubo de dados. Utilizando cálculos matemáticos, a teoria, por meio de ciclos-limites, fornece uma solução robusta para prever e controlar comportamentos inesperados em sistemas, algo fundamental para proteger setores como o financeiro e bancário.
Essa descoberta resolve um problema que estava em aberto há 124 anos, segundo Barros da Silva, e pode trazer novas possibilidades para a proteção de dados.
O pesquisador agora concorre ao prêmio internacional do International Centre for Theoretical Physics (ICTP) em Trieste, na Itália, com o resultado esperado até o final deste ano. A relevância de seu trabalho, que parte de estudos laboratoriais e acadêmicos, ganhou destaque tanto no cenário nacional quanto internacional.