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PIB do Brasil pode crescer 7 vezes com educação, diz OCDE

País ficou na 66º colocação em um ranking de qualidade da educação com 76 países

13 mai 2015 - 09h41
(atualizado às 15h26)
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A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgará nos próximos dias um dos mais completos rankings globais de qualidade de educação.

Pela primeira vez, avaliação global da OCDE inclui número significativo de países em desenvolvimento na comparação
Pela primeira vez, avaliação global da OCDE inclui número significativo de países em desenvolvimento na comparação
Foto: PA / BBC

Nele, o Brasil aparece apenas em 66º lugar entre 76 países estudados. No entanto, a organização vê um grande potencial de crescimento econômico no País se este proporcionar educação básica universal para todos os adolescentes de 15 anos.

Em outras palavras, a OCDE estima que um cenário em que todos os adolescentes de 15 anos estejam estudando e alcançando um nível básico de educação pode ajudar o PIB do País a crescer mais de sete vezes nas próximas décadas.

A análise se baseia na pontuação de alunos de 15 anos em testes de matemática e ciências. E configura o mapa mais completo dos padrões de educação em todo o mundo.

Países asiáticos dominaram as primeiras posições do ranking: no topo da lista está Cingapura, seguida por Hong Kong, Coreia do Sul, Japão e Taiwan.

Os resultados do relatório, parcialmente obtidos pela BBC, serão apresentados no Fórum Mundial de Educação, na Coreia do Sul, na semana que vem.

Educação e crescimento

A OCDE argumenta que melhorar o padrão da educação impulsionará o crescimento econômico dos países. E afirma que o baixo nível da educação em um país pode resultar num "estado permanente de recessão".

"É a primeira vez que podemos ver a qualidade da educação numa escala verdadeiramente global", diz o diretor da OCDE para assuntos educacionais, Andreas Schleicher.

"A ideia é dar aos países, ricos ou pobres, a oportunidade de comparar seu desempenho educacional para descobrir pontos fortes e fracos e ao mesmo tempo ver o benefícios a longo prazo de melhoras na qualidade do ensino."

Schleicher cita como exemplo justamente Cingapura, que nos anos 60 tinha altos índices de analfabetismo.

A referência internacional mais usada para avaliar a educação é justamente o teste Pisa, elaborado também pela OCDE, que até agora focava principalmente nos países industrializados mais ricos.

No entanto, os novos resultados fazem uma análise mais ampla e contemplam uma variedade maior de países – o total de um terço das nações do mundo –, incluindo Irã, África do Sul, Peru, Tailândia e outros.

Os Estados Unidos tiveram um desempenho ruim e aparecem na 28ª posição, atrás, ironicamente, do Vietnã. Mas a OCDE mostrou preocupação especial com o que classifica como declínio da Suécia. Na semana passada, o órgão publicou críticas ao sistema educacional sueco depois de registrar uma queda nos resultados do Pisa entre 2000 e 2012.

Pediu especificamente uma revisão do esquema instituído nos anos 90 que "privatizou" parte da rede pública de ensino.

A conferência na Coreia do Sul está sendo organizada pela ONU, e vai marcar os 15 anos do estabelecimentos da Metas do Milênio para a educação. A mais importante delas, a provisão universal de educação primárias para crianças, ainda não foi atingida.

No Fórum Mundial da Educação, novas metas globais serão estabelecidas para os próximos 15 anos.

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