Polícia abre inquérito para investigar professor da USP suspeito de assediar 16 alunas
José Maurício Rosolen faz parte do Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto. Ele é alvo de processo administrativo e foi afastado da universidade. Docente ainda não se manifestou
A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar as denúncias de assédio sexual e moral contra o professor da USP José Maurício Rosolen. O docente faz parte do Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto. O Estadão entrou em contato com o docente e aguarda retorno.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o inquérito foi instaurado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Ribeirão Preto, que realiza diligências visando o esclarecimento dos fatos.
Rosolen era alvo de averiguação preliminar desde setembro de 2024. Na semana passada, a USP instaurou um processo administrativo disciplinar contra o docente e ele foi afastado por 180 dias.
Segundo o regimento interno da universidade, o processo administrativo tem prazo de 90 dias para ser concluído. Ele parte da audição das denunciantes e do exame das provas da acusação e, em seguida, a análise da defesa.
De acordo com denúncias, havia "um acordo tácito" entre os alunos para que nenhuma mulher fosse deixada sozinha com o professor tanto na sala de aula, quanto no laboratório. Ele se aproximava das alunas, tentando estabelecer alguma conexão, fazendo convites, oferecendo viagens e passeios.
O assédio, apontam os relatos, escalava para tentativas de beijos forçados e toques em suas partes íntimas. Quando não havia reciprocidade, ele supostamente retaliava com ameaças de cortes de bolsas de estudo.
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Caso na Faculdade de Direito
No início do mês, a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) instaurou um processo administrativo disciplinar contra o professor Alysson Leandro Barbate Mascaro. O docente é suspeito de assediar dez alunos. A medida ocorreu após o término dos trabalhos da apuração preliminar das denúncias. O professor foi afastado em dezembro e, segundo a Instituição, permanecerá fora dos quadros da Universidade por mais 120 dias. Mascaro nega as acusações.
A Comissão que investiga o caso terá o prazo de 90 dias (prorrogáveis, se necessário) para conclusão dos trabalhos, contados a partir da citação. A depender das conclusões, o professor poderá ser exonerado.
O primeiro afastamento cautelar foi publicado em portaria em dezembro de 2024 e solicitado pelo Presidente da apuração preliminar. No documento, o diretor afirmava que havia "fortes indícios de materialidade dos fatos e que estes envolvem possível enquadramento típico de assédio sexual vertical".
