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Por que algumas crianças conseguem ler mais rápido do que outras

Professor Bruce McCandliss, da Universidade de Stanford, abordou pesquisa sobre estímulos cerebrais na infância durante evento do 'Estadão'

18 nov 2024 - 15h58
(atualizado às 19h09)
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As crianças passam por estímulos cerebrais distintos durante a aquisição da fala e desenvolvimento da leitura e podem ler quantidades diferentes de palavras por minuto a depender de quais regiões do cérebro são acionadas. A constatação foi revelada em uma pesquisa realizada em Stanford e abordada por Bruce McCandliss, professor da Faculdade de Educação da universidade norte-americana durante o Reconstrução da Educação, evento promovido pelo Estadão nesta segunda-feira, 18, no Museu do Ipiranga, na zona sul da capital.

A pesquisa realizada em Stanford avaliou o cérebro de crianças por meio de sensores que identificaram qual área era acionada no órgão durante a leitura. O estudo mostrou que crianças em que o cérebro era acionado mais à esquerda conseguiam ler cem palavras por minuto. "Já crianças em que as imagens do cérebro apareciam mais dispersas ou focadas no hemisfério direito liam 25 palavras por minuto", contou McCandliss.

Com mediação da repórter especial Renata Cafardo, o professor Bruce McCandliss, Universidade de Stanford, deu uma palestra magna durante o Reconstrução da Educação.
Com mediação da repórter especial Renata Cafardo, o professor Bruce McCandliss, Universidade de Stanford, deu uma palestra magna durante o Reconstrução da Educação.
Foto: Taba Benedicto/ Estadão / Estadão

"À medida que estamos aprendendo a ler acontece algo incrível no cérebro que faz com que a gente consiga pegar os símbolos e entender exatamente o que eles são na velocidade da luz", diz o professor.

McCandliss deu uma palestra magna durante o Reconstrução da Educação. Também é possível acompanhar a transmissão do evento pelo YouTube.

O professor destacou, durante a sua apresentação, como se organizam os circuitos cerebrais da linguagem falada e ouvida com as letras visualizadas para que uma criança consiga ler. Mostrou ainda a importância da decodificação das letras e os motivos de alguns alunos precisarem de mais ou menos apoio para se alfabetizar.

Segundo ele, existem algumas regiões do cérebro que as crianças utilizam para a "leitura ativa" e outras estão conectadas com os "elementos da fala" que permitem transformar nas palavras que ela conhece. "O desafio é que os circuitos que elas desenvolveram para navegar o mundo visual não estão necessariamente conectados na pré-alfabetização."

O professor de Stanford reforça ainda o papel da leitura de livros, do professor e das famílias nesse processo. "A tarefa de ler envolve mudar o circuito do cérebro para que essas regiões visuais agora estejam integradas com a região de linguagem de uma forma tão poderosa que, em um piscar de olhos, seja possível reconhecer qualquer palavra visual", destacou McCandliss.

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Estadão
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