PR: PF prende suspeitos de desviar recursos do MEC de instituto federal
A investigação, iniciada em março de 2012, aponta que a quadrilha desviava recursos do MEC desde 2009. Quantia chega a R$ 6,6 milhões
A Polícia Federal (PF) iniciou na manhã desta quinta-feira operação para combater um grupo suspeito de desviar R$ 6,6 milhões do setor de ensino à distância do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Paraná (IFPR). Na operação Sinapse, os agentes cumpriam 18 mandados de prisão, três deles contra funcionários do instituto, 10 mandados de condução coercitiva, e 43 de busca e apreensão.
A ação era realizada nas cidades paranaenses de Curitiba e Cascavel, e também em São Carlos e Sorocaba, no Estado de São Paulo. Além das prisões, dois servidores do instituto serão afastados das funções. A PF não divulgou os nomes dos envolvidos.
As investigações começaram em março de 2012 e, segundo a polícia, apontam que a quadrilha desviava dinheiro proveniente, principalmente, do Ministério da Educação (MEC) desde 2009. O grupo atuava, ainda de acordo com a PF, por meio de termos de parceria firmados entre o IFPR e duas organizações da sociedade civil de interesse público (Oscips).
"Projetos para cursos à distância do instituto eram superfaturados e serviços previstos em contrato não eram prestados. Ainda nesse período, a quadrilha conseguiu que alguns de seus integrantes fossem aprovados em concursos públicos para o IFPR de forma fraudulenta", disse a PF em nota. Para mascarar os crimes, o grupo teria falsificado contratos e prestações de contas, além de pagar propina a funcionários da autarquia federal e integrantes das Oscips.
O Terra entrou em contato com a assessoria do IFPR, que não tinha uma posição sobre a operação da PF. O Ministério da Educação informou, por meio de nota, que a investigação da PF se deu a partir de auditoria solicitada pela pasta à Controladoria Geral da União (CGU) em dezembro de 2011.
"O MEC, que solicitou a auditoria, apoia integralmente o rigoroso trabalho desenvolvido pela CGU e a Polícia Federal que apura indícios de graves desvios de recursos públicos", informou o ministério ao ressaltar que os servidores sob investigação serão afastados das funções e um processo administrativo será aberto para apurar as responsabilidades dos funcionários.