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Prêmio Professor Emérito: vencedores destacam importância da educação para desenvolvimento do País

Arnaldo Niskier e Laura Laganá foram os homenageados em cerimônia desta terça-feira; premiação é uma iniciativa do CIEE e do Grupo Estado

15 out 2024 - 16h56
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Os vencedores deste ano do Prêmio Professor Emérito - Troféu Guerreiro da Educação Ruy Mesquita destacaram a importância da educação para o desenvolvimento do País e dos cidadãos. "Não tenho dúvida nenhuma de que a educação é o fator primordial para que o jovem se encontre na vida, para que ele tenha condições de uma sobrevivência digna", disse o escritor, filósofo, historiador e pedagogo Arnaldo Niskier, o homenageado da 27.ª edição do Prêmio Professor Emérito, entregue nesta terça-feira, 15.

A diretora superintendente do Centro Paula Souza, Laura Laganá, foi a vencedora do Prêmio Guerreiro da Educação. Desde o ano passado, a premiação foi dividida em duas categorias.

As homenagens são uma iniciativa do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), em parceria com o Grupo Estado. Desde 1997, são premiadas personalidades que contribuem para melhorar a educação brasileira.

"Esse prêmio vem coroar o trabalho de milhares de educadores, que não medem esforços, trabalham incansavelmente, enxergam em cada aluno, em cada sala de aula, a oportunidade de fazer a diferença numa sociedade que é tão desigual e muito pouco inclusiva", disse Laura, numa referência ao seu trabalho de mais de 40 anos no Centro Paula Souza.

Niskier recebe o troféu do diretor de jornalismo do Grupo Estado, Eurípedes Alcântara (à esquerda), do secretário Vahan Agopyan e do presidente do conselho de Administração do CIEE, José Augusto Minarelli.
Niskier recebe o troféu do diretor de jornalismo do Grupo Estado, Eurípedes Alcântara (à esquerda), do secretário Vahan Agopyan e do presidente do conselho de Administração do CIEE, José Augusto Minarelli.
Foto: Felipe Rau/Estadão / Estadão

O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação de São Paulo, Vahan Agopyan, vencedor do ano passado e presente à cerimônia desta terça-feira, disse em seu discurso que Niskier e Laura são "duas referências nacionais quando se fala em educação". Destacou a importância da homenageada no processo de ampliação do ensino profissional e técnico em São Paulo, que tem hoje 330 mil alunos, "mantendo e até aumentando a qualidade".

"Tudo o que eu disser sobre Arnaldo Niskier não será suficiente", completou Agopyan. Ele lembrou suas carreiras como jornalista e escritor - já são 120 livros publicados e 20 milhões de cópias vendidas - e sua contribuição para a formulação de políticas públicas educacionais.

Niskier foi secretário de Educação no Rio de Janeiro e integrou os conselhos estaduais e nacional de educação. É membro da Academia Brasileira de Letras desde 1984, onde foi duas vezes presidente, e professor aposentado de História e Filosofia da Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). "Todas as atividades centradas na preocupação com educação. Que bom seria se tivéssemos dezenas de professores Niskier, a educação seria melhor e a sociedade teria uma vida mais digna."

Laura Laganá entre Eurípedes Alcântara, do Grupo Estado, e José Augusto Minarelli, do CIEE.
Laura Laganá entre Eurípedes Alcântara, do Grupo Estado, e José Augusto Minarelli, do CIEE.
Foto: Felipe Rau/Estadão / Estadão

Em seu discurso de agradecimento, Niskier, bem humorado, disse que desistiria das "12 laudas" que havia escrito depois de ouvir tantas palavras bonitas. Afirmou que "ser homenageado por um jornal do porte, da importância e tradição do Estadão é um glória infinita" e expressou "sua profunda gratidão" pelo CIEE.

Aos 89 anos, ele reforçou a importância da tecnologia hoje na formação dos professores, que acredita que precisa ser modernizada. "Hoje nós temos que pensar nessa tecnologia, na inteligência artificial, porque ela é revolucionária e veio para ficar. Claro que tem também seus defeitos, como as alucinações, muitas coisas erradas que elas proclamam, que devem ser corrigidas."

O diretor de jornalismo do Grupo Estado, Eurípedes Alcântara, ressaltou que os homenageados "são exemplos vivos do que é possível quando se almeja um País mais justo, mais culto e mais preparado para o futuro". E reforçou que os prêmios "são a expressão de gratidão e de reconhecimento a quem faz a diferença na vida de milhares de jovens e adultos através da educação". "É também um momento de reafirmarmos a importância da educação para o desenvolvimento social e econômico do Brasil, uma causa que o Estadão historicamente sempre apoiou."

A cerimônia foi realizada na sede do CIEE nesta terça-feira, Dia do Professor. "Quem compartilha o que sabe muda a história de quem aprende", afirmou o CEO do CIEE, Humberto Casagrande.

Laura, em um discurso emocionado, se disse honrada em receber o prêmio no Dia do Professor e disse que ele representa um "reconhecimento pela nossa batalha diária de levar educação profissional de qualidade para mais de 300 mil alunos". "Me orgulho de ter levado a educação profissional para dentro das favelas, para a periferia, para pessoas desempregadas, para dentro dos presídios. O Centro Paula Souza reafirma seu papel de inclusão social e capacitação dos profissionais, trabalhando a inovação, o empreendedorismo, e formando cidadãos conscientes, responsáveis e dispostos a transformar a sociedade em que vivemos."

Ela iniciou sua carreira como professora no Centro Paula Souza, um órgão do governo paulista, em que é diretora superintendente desde 2004, passando por oito governadores e 14 secretários. "Entrei no Centro Paula Souza ensinando e, em todos esses anos, eu segui aprendendo." A instituição é hoje referência em ensino profissional e técnico, com Escolas Técnicas (Etecs) e Faculdades de Tecnologia (Fatecs) em 340 municípios paulistas.

Entre os que já receberam em outros anos o prêmio estão Ruth Cardoso, Miguel Reale, Esther de Figueiredo Ferraz, José Pastore, Hélio Guerra, Antônio Candido, Paulo Vanzolini, Fernando Henrique Cardoso e Raul Cutait.

No ano passado, primeiro ano em que a premiação foi dividida em duas categorias, os vencedores foram Vahan Agopyan e a empresária Viviane Senna.

Estadão
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