O historiador Michel Gherman, professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), não conseguiu participar até o fim de um debate sobre o conflito entre o Hamas e Israel, nesta terça-feira, 10, na Pontíficia Universidade Católica (PUC) do Rio. A mesa foi interrompida depois que alunos judeus se queixaram de que o professor estaria sendo "antissemita".
Em um vídeo que circula nas redes sociais, é possível ver o momento em que uma aluna pega o microfone para fazer uma pergunta à mesa, mas inicia uma queixa contra o que vinha sendo abordado pelos professores.
Ela, que se apresenta como judia, chega a citar o caso da carioca encontrada morta após o ataque do Hamas à rave, que acontecia próximo à Faixa de Gaza, como um dos motivos pelo qual a mesa não deveria ocorrer. A mediadora Monica Herz, professora da PUC e também judia, porém, tenta esclarecer que o debate ali é acadêmico e que vai além da identificação pessoal de cada um com o grupo religioso.
Antes disso, a estudante disse que "95% dos judeus" ali presentes eram contrários à presença do professor Gherman. Ao insistirem para que a aluna fizesse uma pergunta, ela questiona o motivo de chamarem a ação do Hamas de "uma reposta" e não "um ataque".
A discussão é cortada e, em outro momento, é possível ver que Gherman desiste de continuar a discussão. Visivelmente irritado, o professor deixa a sala e avisa aos alunos que eles teriam vencido.
Em nota, o Instituto de Relações Internacionais (IRI) da PUC disse repudiar "as tentativas de impedir qualquer debate acadêmico e lamenta as agressões manifestadas hoje".
"O IRI assume total responsabilidade pelo evento, por acreditar na importância do diálogo, quanto mais sobre tema tão relevante", continua a nota. O instituto diz ainda que considera a universidade "um lugar de escuta e expressão de diferenças".
Imagem aérea mostra prédios e casas destruídos por bombardeios israelenses na cidade de Gaza, nesta terça-feira, 10
Foto: REUTERS/Mohammed Salem
Nuvens de fumaça após ataque israelense contra a cidade de Gaza, nesta terça-feira, 10
Foto: REUTERS/Mohammed Salem
Pessoas se reúnem para assistir à cerimônia fúnebre do membro do gabinete político do Hamas, Zakaria Abu Maamar, morto em ataques aéreos israelenses, em Khan Yunis, Gaza, em 10 de outubro de 2023
Foto: Anadolu via Reuters Connect
Carros encontrados, nesta terça-feira, 10, queimados no estacionamento da festa rave que foi invadida pelo Hamas no sábado
Foto: REUTERS/Ronen Zvulun
Soldados israelenses inspecionam área de estacionamento de festa rave invadida pelo Hamas; ao menos 260 corpos foram encontrados no local
Foto: REUTERS/Ronen Zvulun
Uma casa destruída após o ataque de míssil pelo Hamas. Foto tirada na segunda-feira, 9
Foto: Anadolu Agency via Reuters Connect
O sistema antimíssil Iron Dome de Israel intercepta foguetes lançados da Faixa de Gaza, visto da cidade de Ashkelon, na noite de segunda-feira, 9.
Foto: REUTERS/Amir Cohen
Palestinos inspecionam os danos após um ataque aéreo israelense na área de El-Remal, na cidade de Gaza, na segunda-feira, 9
Foto: IMAGO/APAimages via Reuters Connect
Uma fumaça sobe sobre edifícios na cidade de Gaza em 7 de outubro de 2023, durante um ataque aéreo israelense, numa ofensiva contra o Hamas.
Foto: Sameh Rahmi via Reuters Connect
No domingo, 8, cidadãos palestinos inspecionam danos às suas casas após ataques aéreos israelenses em Gaza
Foto: Ahmad Hasaballah/Getty Images
Mulher chora ao ver estragos provocados por ataque israelense em Gaza
Foto: Rahim Khatib/Anadolu Agency via Getty Images
Ataques aéreos israelenses deixam rastro de destruição em Gaza
Foto: Ahmad Hasaballah/Getty Images
Um homem palestino caminha entre os escombros de uma escola na cidade de Gaza, que foi destruída durante a noite em um ataque aéreo israelense
Foto: Majdi Fathi/NurPhoto via Getty Images
Palestino observa estragos em uma escola na cidade de Gaza, que foi destruída durante a noite em um ataque aéreo israelense