Professores de SP protestam contra uso de plataformas digitais nas escolas
Profissionais argumentam que aplicativos implementados pelo governo tiram autonomia
Professores do estado de São Paulo iniciaram uma mobilização nesta segunda-feira, 13, contra o uso do sistema de plataformas digitais implementado pela Secretaria de Educação do estado. Os profissionais alegam que os aplicativos usados removem a autonomia dos professores no planejamento das aulas.
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De acordo com o Sindicado dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), entidade que planejou o movimento, a ideia é de que os professores fiquem de 13 a 19 de maio sem usar as plataformas digitais de ensino como forma de protesto. O Apeoesp comunicou o governo e a secretaria de educação do estado sobre a iniciativa.
O sistema começou a ser implementado a partir do ano passado e substituiu os materiais didáticos físicos por aplicativos digitais. A mudança foi alvo de polêmicas e alguns slides usados pelo governo estadual mostraram informações incorretas em alguns casos, como um trecho que afirma que Dom Pedro II assinou a Lei Áurea em 1988 (quem fez isso foi a Princesa Isabel).
Além disso, o governo já confirmou anteriormente que vai usar o ChatGPT para criar a base do material didático, enquanto os educadores fariam apenas alguns ajustes de revisão sobre o conteúdo. Antes, o órgão contava com um grupo de profissionais curriculistas para isso.
O que argumentam os professores
A principal reclamação dos professores sobre as plataformas digitais é de que o formato tenta padronizar o ensino sem considerar os diferentes contextos nas salas de aula do estado e, por consequência, limita a ação dos professores no uso de outros materiais. O sistema educacional registra se o professor usou ou não o material pré-estabelecido.
O presidente da Apeoesp, Fábio Moraes, diz não ser contra o uso de tecnologia nas salas de aula, mas reforça a necessidade de trazer liberdade ao professor. "Nós queremos tecnologia, escolas estruturadas, profissionais valorizados e nós queremos resguardar a nossa liberdade de cátedra. Se eu achar que a plataforma é melhor, eu uso a plataforma. Se eu achar que aquele assunto, o livro, aborda melhor, eu uso o livro. Então hoje, esse direito do professor está sendo ceifado", comentou em entrevista à Agência Brasil.
O que diz a Secretaria de Educação de São Paulo
Em resposta ao Canaltech, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc) comentou que as plataformas "continuam sendo utilizadas normalmente", apesar da manifestação anunciada, e que os recursos "têm o objetivo de aprimorar as habilidades dos estudantes e promover o avanço dos índices educacionais de São Paulo".
Veja a nota na íntegra:
"As plataformas digitais são recursos tecnológicos agregadores na produção pedagógica desenvolvida em sala de aula, fazendo parte do conteúdo ministrado pelos docentes, e continuam sendo utilizadas normalmente. Todos os recursos oferecidos pela a Secretaria da Educação têm o objetivo de aprimorar as habilidades dos estudantes e promover o avanço dos índices educacionais de São Paulo".
Ainda não existem informações sobre a quantidade de professores que aderiram ao protesto.
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