Professores mantêm greve no Rio contra plano de cargos
Paralisação iniciada há 46 dias foi mantida em assembleia na Cinelândia. Professores são contra plano de cargos apresentado pelo prefeito
Em assembleia realizada no início da tarde desta terça-feira na Cinelândia, os professores da rede municipal do Rio de Janeiro decidiram manter a greve até que seja cancelada a votação do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração, prevista ainda para hoje na Câmara Municipal. Contudo, uma decisão judicial, que suspendeu os resultados de uma reunião entre vereadores, pode resultar no adiamento da votação prevista para hoje.
Rio: votação de plano de cargos dos professores é incerta; entenda polêmica
Os docentes também fecharam o trânsito da avenida Rio Branco. Os arredores da Câmara estão todos cercados por grades, mas há pouca presença policial. Os professores acusam a prefeitura de ter impedido a passagem dos carros de som do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe).
A Polícia Militar manteve o policiamento no entorno da Câmara nesta manhã, as ruas laterais foram bloqueadas e o cordão de isolamento do prédio foi ampliado para impedir uma nova ocupação, como ocorreu no fim de semana. Ontem os protestos acabaram em conflitos por volta das 21h, quando os black blocs foram dispersados pela Tropa de Choque da PM. Pelo menos um jovem ficou levemente ferido.
Enviado pelo prefeito Eduardo Paes à Câmara de Vereadores no dia 17 de setembro o Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações prevê mudanças na remuneração e nos cargos dos professores. Veja as principais polêmicas em torno das propostas.
O que prevê a proposta da prefeitura do Rio | O que diz o sindicato dos professores |
Reajuste de 8% para professores em 2013, além dos 6,75% já concedidos este ano; | A categoria diz que o reajuste não é suficiente e que as propostas beneficiam menos de 10% dos professores; |
Equiparação do valor recebido por hora de aula para os professores de nível I (6º ao 9º ano do ensino fundamental) e II (1º ao 5º ano), incluindo os inativos. Hoje um professor do nível I ganha mais que o do nível II. A equiparação proposta será feita ao longo de cinco anos; | O Sepe diz que a equiparação dos professores de nível I e II acaba extinguindo essas carreiras e cria a função de um professor polivalente para o ensino fundamental (que dará aula para todas as matérias); |
Os professores com carga horária menor, ou com diferentes matrículas, poderão optar por uma jornada de 40 horas semanais. Segundo a prefeitura, mesmo com a migração será possível manter outra matrícula na rede; | O sindicato sustenta que o professor terá de se demitir de uma das matrículas para assumir a jornada de 40 horas e que quem não migrar para o novo modelo terá seus benefícios reduzidos; |
O objetivo da jornada de 40 horas, segundo a prefeitura, é ampliar é aumentar o número de escolas de tempo integral, que vão oferecer um total de nove horas de aula por dia; | A categoria argumenta que o horário integral não está sendo ampliado e que as escolas não tem estrutura para receber os alunos o dia inteiro; |
A prefeitura argumenta que discutiu o plano em diversas reuniões com a categoria e que não vai retirar o regime de urgência da proposta. | também pede que a prefeitura retire o regime de urgência do projeto encaminhado à Câmara para que as propostas possam ser melhor discutidas. |
Colaboraram com esta notícia os internautas Humberto Machado e José Carlos Pereira de Carvalho, do Rio de Janeiro (RJ), que participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.