Reitor da USP propõe que alunos trabalhem para sociedade
O Reitor da Universidade de São Paulo (USP), Marco Antonio Zago, propôs a imposição de trabalhos comunitários aos formados na universidade após anos de gratuidade no ensino público. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, Zago apresentou a proposta em reunião do Conselho Universitário da USP em novembro, mas a ata só foi divulgada recentemente.
"Não faz parte das propostas da atual reitoria considerar o pagamento por parte dos alunos mais abastados, mas a compensação pela oportunidade de estudar em uma universidade pública, garantindo uma vantagem competitiva na vida profissional, poderia ser considerada para todos os ex-alunos da USP na forma de serviços à sociedade", afirmou Zago durante a reunião.
O reitor, porém, não detalhou como a medida poderia ser aplicada. Anualmente, cerca de 7,5 mil estudantes se formam na graduação da USP. Em 2013, foram 428 em direito (Largo São Francisco); 218 em administração (FEA); e 164 na medicina (Pinheiros).
Procurados pela Folha, três ex-dirigentes de universidades públicas paulistas se disseram surpresos com o fato de o tema ter sido levantado pelo próprio reitor. Segundo eles, a chance da iniciativa dar certo é pequena, tanto pelo perfil dos acadêmicos, tido como "conservador", como pela dificuldades na execução da ideia.