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Rio: espero que pelo menos hoje a PM não jogue gás, diz professora

No Dia do Professor, manifestantes se reúnem para ato a favor dos docentes em greve há mais de dois meses no Rio de Janeiro

15 out 2013 - 17h49
(atualizado às 17h49)
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Pelo menos 500 pessoas, segundo informações da Polícia Militar, aguardavam o início de uma passeata em defesa da educação junto à Igreja da Candelária, no centro do Rio de Janeiro, por volta das 17h30 desta terça-feira, Dia do Professor. Enquanto esperava o início da marcha em direção à Câmara de Vereadores, na Cinelândia, a educadora Elisabete Alves de Araujo, 64 anos, criticou a atuação da PM nos protestos dos docentes.

"Gostaria de fazer um cartaz pedindo que hoje, ao menos no nosso dia, a PM não jogue gás nos nossos olhinhos", disse, ao lembrar da repressão aos manifestantes que protestavam junto à Câmara de Vereadores, nos dias 1º e 7 de outubro, e foram afastados do local por bombas de gás lançadas pela polícia.

Ela disse que ações contra os professores podem ser definidas como "barbárie" e que os Black Blocs – grupos que participam das manifestações mascarados - ganharam a simpatia da classe ao defende-los da violência da PM. "Os BB são um movimento significativo. Sou contra a violência, mas em outros momentos da história foi quebrando que conseguimos ser ouvidos. Esses meninos foram solidários, socorreram professores, carregaram no colo. Tem que ser retratados de outra forma", afirmou.

Colega de Elisabete, Anabela Ramos acredita que em breve o governo irá aceitar negociar e diz que os professores também querem o fim da greve, que já dura mais de dois meses. "A gente também fica cansado, quer o fim da greve. Hoje eh feriado, gostaria de estar em casa com meus filhos, mas estar aqui eh um compromisso."

No Facebook, o ato de hoje tem a presença confirmada de 90 mil pessoas. Ao contrário da manifestação da última semana, que reuniu cerca de 50 mil pessoas, de acordo como sindicato os professores, e 10 mil segundo a PM, um forte aparato de segurança do Estado acompanhará a manifestação.

Plano de carreira motiva protestos no Rio

Enviado pelo prefeito Eduardo Paes à Câmara de Vereadores no dia 17 de setembro e aprovado no dia 1º de outubro, o Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações prevê mudanças na remuneração e nos cargos dos professores, o que provocou uma série de protestos. Veja as principais polêmicas em torno das propostas.

Proposta da prefeitura do Rio O que diz o sindicato dos professores
Reajuste de 8% para professores em 2013, além dos 6,75% já concedidos este ano; A categoria diz que o reajuste não é suficiente e que as propostas beneficiam menos de 10% dos professores;
Equiparação do valor recebido por hora de aula para os professores de nível I (6º ao 9º ano do ensino fundamental) e II (1º ao 5º ano), incluindo os inativos. Hoje um professor do nível I ganha mais que o do nível II. A equiparação proposta será feita ao longo de cinco anos; O Sepe diz que a equiparação dos professores de nível I e II acaba extinguindo essas carreiras e cria a função de um professor polivalente para o ensino fundamental (que dará aula para todas as matérias);
Os professores com carga horária menor, ou com diferentes matrículas, poderão optar por uma jornada de 40 horas semanais. Segundo a prefeitura, mesmo com a migração será possível manter outra matrícula na rede; O sindicato sustenta que o professor terá de se demitir de uma das matrículas para assumir a jornada de 40 horas e que quem não migrar para o novo modelo terá seus benefícios reduzidos;
O objetivo da jornada de 40 horas, segundo a prefeitura, é ampliar é aumentar o número de escolas de tempo integral, que vão oferecer um total de nove horas de aula por dia; A categoria argumenta que o horário integral não está sendo ampliado e que as escolas não tem estrutura para receber os alunos o dia inteiro;
A prefeitura diz que discutiu o plano em diversas reuniões com a categoria antes da aprovação pelos vereadores e que não vai desistir das mudanças. O Sepe quer que a prefeitura revogue o plano e discuta outra proposta.
 
Fonte: Terra
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