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RS: quase 40% das escolas estaduais não têm plano contra incêndio

Em 16% das escolas consultadas, equipe administrativa não soube informar se as instituições contavam com o plano de prevenção

5 mar 2013 - 11h16
(atualizado em 4/12/2013 às 16h54)
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Rejane de Oliveira criticou a falta de investimentos do governo nas escolas estaduais
Rejane de Oliveira criticou a falta de investimentos do governo nas escolas estaduais
Foto: Angela Chagas / Terra

O sindicato dos professores do Rio Grande do Sul (Cpers) anunciou na manhã desta terça-feira, dia 5, o resultado de uma pesquisa que aponta que 38% das escolas da rede estadual não possuem plano de prevenção contra incêndios. "Cotidianamente denunciamos isso, as condições das escolas públicas, mas o poder público não toma nenhuma providência. Espera que as tragédias aconteçam", disse a vice-presidente do Cpers, Neida Oliveira, ao citar o incêndio em uma boate que deixou 240 mortos há mais de um mês em Santa Maria.

Segundo o levantamento, em pelo menos 16% das escolas consultadas a equipe administrativa não soube informar se as instituições contam com o plano de incêndios, o que resulta num percentual de mais de 50% dos colégios estaduais sem nenhum ação de prevenção. A pesquisa encomendada pelo sindicato ouviu diretores e funcionários de 355 escolas, das mais de 2 mil instituições da rede estadual. A margem de erro é de cinco pontos percentuais.

De acordo com a presidente do Cpers, Rejane de Oliveira, a consulta foi baseada em perícia feita por um engenheiro contratado pelo sindicato no final do ano passado para verificar as condições de segurança das escolas. Ele visitou instituições de cidades como Porto Alegre, Guaíba, São Leopoldo, Rio Grande e Cruz Alta e constatou que nenhuma apresentava condições adequadas de funcionamento. "Os problemas vão desde fios da rede elétrica que estão dentro das escolas em as mínimas condições e funcionários que trabalham sem equipamentos de previsão, à sistema de gás inadequado", disse Neida Oliveira.

Com base neste levantamento, o sindicato decidiu fazer a consulta diretamente aos diretores das escolas. "Estávamos detectando isso antes da tragédia em Santa Maria, coisa que o governo do Estado deveria ter feito", criticou a vice-presidente ao classificar os dados como "um escândalo". Além do problema na prevenção de incêndios, 61% dos entrevistados afirmaram que as escolas não têm condição adequada de funcionamento.

Em 36% das instituições, algum setor não funciona por falta de estrutura, como laboratório de informática, biblioteca, serviço de orientação e supervisão escolar. "Queremos desmascarar a farsa do governo Tarso (Genro), essa política de espetáculo. Na realidade a situação da educação é de precariedade, iniciamos o ano letivo com um verdadeiro caos nas escolas públicas", afirmou a presidente do Cpers.

A direção do sindicato lembrou ainda que os piores problemas foram constatados em instituições de ensino fundamental, comprometendo a segurança de crianças. "Um governo que não cumpre a lei de investimento mínimo na educação, que não cumpre a lei do piso. Com um governo que desrespeita todas as leis só podemos ter um resultado desses", disse Rejane de Oliveira em entrevista coletiva.

Falta de professores

A pesquisa, feita entre os dias 26 e 28 de fevereiro pelo núcleo de pesquisas da Intelig Propaganda, apontou ainda que em 49% das escolas faltam professores. Desse total, em 54,5% faltam dois ou mais educadores. O pior problema está na região metropolitana de Porto Alegre, onde chegam a faltar mais de 10 professores em uma mesma instituição.

Em 13,5% das escolas existem turmas com excesso de alunos. "Com quase metade dos professores faltando o governo manipula o concurso público para que a maioria seja reprovada", disse Rejane Oliveira ao citar o último exame, aplicado no ano passado, no qual mais da metade dos inscritos não conseguiu aprovação. 

Fonte: Terra
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