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Sem royalties, Rio suspende salários para 1 mil professores da Uerj

Além dos professores, estudantes bolsistas estão sem receber auxílio de R$ 400. O governo promete regularizar a situação até quarta

11 mar 2013 - 17h21
(atualizado às 21h08)
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Além dos professores, estudantes bolsistas estão sem receber o auxílio de R$ 400
Além dos professores, estudantes bolsistas estão sem receber o auxílio de R$ 400
Foto: Futura Press

Pelo menos 1 mil professores contratados da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) tiveram seus salários congelados por causa da decisão do governador Sérgio Cabral de interromper todos os pagamentos à universidade depois que o Congresso Nacional derrubou o veto da presidente Dilma Rousseff sobre a distribuição dos royalties do petróleo. A estimativa é da Associação de Docentes da Uerj (Asduerj), que questiona a decisão do governo estadual.

Segundo a associação, foram atingidos pelo bloqueio dos empenhos cerca de 900 professores substitutos e 116 docentes visitantes. Apenas os concursados estão com o salário do mês garantido. Também estão incluídos no corte os professores que possuem uma modalidade de bolsa científica, para pesquisas, que complementa o rendimento.

De acordo com o presidente da associação, Guilherme Mota, a decisão do governador mostra a falta de zelo com o ensino superior. "É uma demonstração da completa falta de prioridade com a educação no Rio de Janeiro. A receita que o Estado vai deixar de receber, pelo que vi, seria de R$ 1,4 bilhão, não é tanto em comparação com os R$ 70 bilhões de orçamento previsto para o ano que justificasse esse corte no salário dos professores", afirmou Mota.

Ele ainda disse que a direção da associação vai se reunir na quarta-feira para apresentar um documento ao reitor da Uerj pedindo providências. Os professores não descartam entrar na Justiça para cobrar o pagamento dos salários.

Em nota divulgada na sexta-feira, o reitor da Uerj, Ricardo Vieiralves, informou que desde o dia 7 de março os empenhos estão bloqueados por determinação do governador. "Como reitor, estou agindo no sentido de minimizar danos, de modo que sejam os menores possíveis para a comunidade universitária. Neste momento estou em tratativa com o governo do Estado para que a situação da universidade volte à normalidade o mais rápido possível. Espero contar com a compreensão e a solidariedade de todos".

Protesto de estudantes

Além dos docentes, alunos da Uerj também são prejudicados com o congelamento dos gastos, já que deveriam ter recebido, na última semaa, uma ajuda de custo de R$ 400. Os estudantes se mobilizam pelas redes sociais e já marcaram dois protestos, um para a noite de hoje na Uerj e outro na quarta-feira, junto ao prédio da Assembleia Legislativa.

Rose Angela Naiff, aluna do 9º período de Ciências Sociais e que entrou na universidade pelo sistema de cotas, disse que o corte prejudica a permanência dos alunos na universidade. "O dinheiro já não é muito, e ainda é cortado de repente dessa forma? As pessoas têm compromissos, contas a pagar. Muitos vão deixar de vir à universidade essa semana simplesmente porque não podem pagar as passagens."

A secretaria de Ciência e Tecnologia confirmou que houve suspensão nos pagamentos, com excessão dos salários dos servidores públicos, mas assegurou que até quarta-feira o valor devido a todos os docentes e bolsistas da Uerj será depositado pelo governo estadual. 

O montante programado para os pagamentos do dia 7 de março era de R$ 82 milhões e a previsão para o mês é de R$ 470 milhões, valor que não incorpora a folha de ativos e inativos (R$ 1,7 bilhão) e as transferências para municípios (R$ 922 milhões), a serem executados normalmente.

Fonte: Com informações do JB Online
Fonte: Terra
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