Silvio Santos estudou em escola 'fundada' por Dom Pedro II; entenda
Apresentador, que morreu aos 93 anos no sábado, 17, cursou contabilidade no ensino médio no Rio de Janeiro
Muito antes de se tornar o Dono do Baú, Senor Abravanel estudou contabilidade na Escola Técnica de Comércio Amaro Cavalcanti, hoje Colégio Estadual Amaro Cavalcanti, no Largo do Machado, região central do Rio de Janeiro. Foi na cidade, onde o apresentador nasceu e viveu até o início da vida adulta, que ele também serviu ao Exército junto a outro nome que se tornaria um dos artistas mais famosos do País, Tony Tornado.
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O colégio, no entanto, já fazia parte da história brasileira, pois foi 'fundado' pelo então imperador do Brasil, Dom Pedro II. Saiba mais sobre a escola em que Silvio Santos, ícone da TV brasileira que morreu aos 93 anos no sábado, 17, em São Paulo, estudou.
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Em qual escola Silvio Santos estudou?
Silvio concluiu o ensino fundamental na antiga Escola Primária Celestino da Silva, hoje Escola Municipal Celestino da Silva. Na sequência, ele cursou Contabilidade na escola Técnica de Comércio Amaro Cavalcanti, localizada na região central do Rio de Janeiro.
O colégio é conhecido como uma das 'Escolas do Imperador'. Ele foi inaugurado em 10 de abril de 1875, com o nome de "Escola da Freguesia de Nossa Senhora da Glória" e, posteriormente, chamado de "Escola José de Alencar", em homenagem ao escritor cearense. Em 1963, recebeu o nome atual, em homenagem ao prefeito carioca Amaro Cavalcanti Soares de Brito.
O prédio foi projeto por Francisco Joaquim Bethencourt Silva e tombado somente em 1990.
De 1935 até 1939, a instituição foi sede da Universidade do Distrito Federal (UDF), criada por Anísio Teixeira, com cursos superiores em Ciências, Educação, Economia, Direito, Filosofia e Artes.
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O que foram as 'Escolas do Imperador'?
É o nome popularmente dado às instituições de ensino criadas durante o reinado do Imperador Dom Pedro II do Brasil, a partir de 1870. Essas escolas foram parte de um esforço mais amplo para reformar e expandir o sistema educacional brasileiro durante o século XIX.
Uma das principais mudanças é que essas escolas foram construídas em prédios próprios. Até então, os colégios públicos existentes funcionavam em prédios alugados. Além disso, o governo imperial também subvencionava algumas escolas particulares.
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Qual o contexto em que as Escolas do Imperador surgiram?
Em 1870, o Brasil havia acabado de sair vitorioso, ao lado da Argentina e Uruguai, que juntos formaram a coalizão militar chamada Tríplice Aliança, da Guerra do Paraguai. Com o fim do conflito que durou seis anos, alguns cidadãos iniciaram uma campanha para a construir uma estátua em homenagem a D. Pedro II.
O pedido foi recusado pelo imperador. Em vez disso, ele sugeriu que os recursos para a construção da estátua fossem usados na educação pública. A iniciativa foi aceita pela Câmara Municipal da Corte, que mandou construir a primeira 'Escola do Imperador': a Escola da Freguesia de Sant'Anna – Escola São Sebastião, usando também recursos dos cofres municipais.
A ação visava ainda reforçar a legitimidade e aceitação do governo imperial no País em meio ao crescimento do movimento abolicionista e o recém-publicado Manifesto Republicano.
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Quantas escolas foram feitas?
Estima-se que ao menos 8 escolas foram construídas. No entanto, apenas seis prédios sobreviveram ao tempo, e falta de cuidado com a preservação da história brasileira. Dos 6, 4 ainda pertencem à rede de ensino estadual do Rio de Janeiro. Os dois prédios restantes foram transformados para abrigar o Centro Cultural José Bonifácio, vinculado à Secretaria das Culturas da Prefeitura do Rio, o Colégio Estadual Amaro Cavalcanti.