O Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp) disse nesta segunda-feira que 25% dos professores aderiram à greve da categoria, iniciada após assembleia na última sexta-feira. Segundo a presidente do sindicato, Maria Izabel Azevedo Noronha, a estimativa é que a adesão cresça ao longo da semana e atinja 80% na sexta-feira, quando uma nova assembleia está agendada para o começo da tarde, no vão livre do Museu de Arte (Masp).
No entanto, a Secretaria Estadual da Educação contesta os dados do sindicato e diz que o percentual de professores faltosos cresceu apenas 0,7% nesta segunda-feira. "O registro de faltas, durante a manhã, teve crescimento de apenas 0,7% do total de docentes, em relação à média diária de ausências de 5%. Desse modo, o andamento das aulas e o calendário escolar permanecem inalterados", informou em nota
A presidente do sindicato disse que protocolou um pedido de audiência com o governador Geraldo Alckmin no final desta manhã e espera que a categoria possa ser recebida para dialogar as propostas. Entre as reivindicações está o reajuste salarial de 36,74% e complementação do aumento referente a 2012, de 10,2%, além do cumprimento de no mínimo 33% da jornada para atividades extraclasse, como determina a Lei do Piso, e mudanças na forma de contratação dos docentes temporários.
O governo, porém, entende que já respeita a jornada e ressalta que o salário de São Paulo é superior ao que determina a lei. A mobilização aconteceu poucos dias após o governador confirmar o aumento no reajuste previsto para julho de 6% para 8,1%. Assim, o salário inicial de um professor de educação básica que leciona para classes de anos finais do ensino fundamental e do ensino médio, com jornada de 40 horas semanais, que é de R$ 2.088,27, passará para R$ 2.257,84 a partir de 1º de julho.
"Espero que o governador nos receba e apresente uma resposta diante do estado que apresentamos, com baixos salários, o problema na contratação dos temporários, sem falar na violências nas escolas que todos os dias vira notícia", disse Maria Izabel. Ela ainda pediu que os pais colaborem com a mobilização dos professores e não mandem seus filhos para o colégio.
Já a secretaria disse que o governo discute há longo tempo com a categoria. "É lamentável que a Apeoesp se paute por uma agenda político-partidária e ignore o amplo diálogo que a atual gestão tem estabelecido não apenas com os profissionais da rede estadual de ensino, mas também com os sindicatos da categoria. Somente neste ano, o secretário Herman Voorwald e o secretário-adjunto João Cardoso Palma Filho se reuniram com líderes sindicais nove vezes, sendo três delas por meio da Comissão Paritária"
Os professores da rede estadual de São Paulo protestavam no vão livre do Masp, na avenida Paulista, por melhores salários
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Alguns educadores pintaram narizes de palhaço no rosto para protestar contra o governo estadual
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Os educadores cobram reajuste salarial e o cumprimento da jornada extraclasse prevista no piso dos professores
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Segundo o sindicato da categoria, as aulas foram paralisadas nesta sexta-feira em boa parte das escolas da rede estadual
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Alunos das escolas estaduais também se somaram aos professores no protesto
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Segundo a Polícia Militar, 3 mil pessoas participavam da mobilização
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Apitos foram distribuídos aos manifestantes para fazer barulho no vão do Masp
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O protesto acontece poucos dias após o governador anunciar reajuste dos salários
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Educação de qualidade, professores bem remunerados e com tempo para preparar aulas e corrigir provas - como determina a Lei do Piso - pautaram o protesto de professores estaduais de São Paulo na tarde desta sexta-feira, 19 de abril
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A Polícia Militar foi acionada e tentava impedir que os manifestantes ocupassem a avenida Paulista
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Jovens pintaram os rostos com as cores da bandeira do Brasil para protestar por mais investimento em educação
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Eles criticam a política de reajuste do governo do Estado aos professores, que levaria em conta bonificações já garantidas pela categoria
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Narizes de palhaço fizeram parte dos adereços usados por professores e alunos
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Os docentes também criticam a violência nas escolas, que, segundo eles, se tornou 'moda'
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Forte presença militar marcava a mobilização
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O protesto serviu ainda para criticar o deputado Marco Feliciano, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara
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Os professores tomaram conta da rua junto ao vão móvel do Masp
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Os professores, que paralisaram as aulas nas escolas hoje, querem ainda um novo regime de contratação para as vagas temporárias
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Os manifestantes chegaram a interditar toda a avenida Paulista, mas por volta das 17h a concentração era feita apenas no sentido Consolação
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Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o trânsito na região da Paulista era lento, com mais de 2,2 km de congestionamento no sentido Consolação
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Algumas pessoas usaram a criatividade para protestar por melhores salários e usaram fantasias
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Um boneco do personsagem Pinóquio representava o governador durante a marcha
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Um senhor montou uma 'árvore da miséria' com os contracheques recebidos