SP: greve iniciada há 10 dias atinge 14 campi da Unesp
Além de críticas ao programa de cotas, os alunos e servidores cobram melhorias na estrutura e maior incentivo à permanência estudantil
Das 34 unidades universitárias da Universidade Estadual Paulista (Unesp), 14 foram afetadas pela greve. Servidores, estudantes e docentes suspenderam as atividades no dia 3 de junho para reivindicar melhorias de acordo com a categoria. Passados dez dias, as negociações entre a reitoria e os grevistas ainda não surtiram efeito.
Segundo balanço oficial, divulgado nesta quinta-feira pela assessoria de imprensa da universidade, a paralisação de servidores atinge as seguintes unidades: Araçatuba, Araraquara (10% na Faculdade de Ciências Farmacêuticas), Assis, Bauru, Botucatu (apenas a Faculdade de Ciências Agronômicas, 20%), Ilha Solteira, Jaboticabal, Marília, São José do Rio Preto, São Paulo e Sorocaba (50%).
Em relação aos professores, a informação é de que dois campi estão parcialmente parados: Franca e São Paulo (funciona a pós-graduação). Ainda de acordo com informações da assessoria, os alunos de Assis, Botucatu, Ourinhos, Franca, Jaboticabal, Marília, Rio Claro, São José do Rio Preto e São Paulo aderiram a greve.
Ontem, funcionários de São José dos Campos e professores de Marília encerraram a paralisação e retomaram as atividades. Uma nova rodada de negociações estava prevista para acontecer ao longo do dia de hoje. Amanhã, será anunciado o resultado das tratativas.
A greve
O movimento grevista foi acertado em assembleia realizada no dia 27 de maio. Antes da definição da greve foram realizadas duas rodadas de negociação, porém não houve acordo. A pauta contém reivindicações das três categorias e inclui, além das críticas ao Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público Paulista (Pimesp) - política de cotas proposta pelo governador Geraldo Alckmin em parceria com os reitores das universidades estaduais -, temas como permanência estudantil (moradia, restaurante universitário e bolsas) e reajuste salarial de 11% para docentes e servidores.
Gustavo da Silva Andrade, estudante da Unesp de Rio Preto e membro da comissão administrativa do Comando de Greve, explicou no início da paralisação que os estudantes são contra o Pimesp por causa do sucateamento das universidades. "O governo quer colocar o pessoal da escola pública sem dar condições mínimas para que eles se mantenham. Sem contar que há problemas de espaço (falta de salas de aula) e falta de professores", disse ao Terra.
A expectativa dos organizadores é que a "greve traga benefícios e pressão para que a reitoria ouça as reivindicações e abra as portas para negociações que gerem resultados".