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SP: nove pessoas são detidas durante protesto a favor de professores

8 out 2013 - 10h31
(atualizado às 17h13)
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Grupo colocou fogo em lixo e montou barricada na avenida Paulista, em São Paulo, para impedir avanço das tropas policiais
Grupo colocou fogo em lixo e montou barricada na avenida Paulista, em São Paulo, para impedir avanço das tropas policiais
Foto: Daniel Fernandes / Terra

Estudantes da Universidade de São Paulo (USP) e professores que se uniram numa manifestação durante a noite de ontem entraram em confronto com a Tropa de Choque. Segundo balanço da Polícia Militar divulgado hoje (8), duas mulheres ficaram feridas, uma atingida por uma pedrada na cabeça e outra sofreu escoriações pelo corpo. Seis policiais militares também sofreram ferimentos leves. Nove manifestantes foram conduzidos ao 2º Distrito Policial, por dano ao patrimônio, e foram liberados em seguida.

Pelo balanço da PM, diversas agências bancárias e lojas do centro da cidade foram depredadas. Na Avenida Rio Branco, foram depredadas uma agência bancária do Bradesco, duas do Santander, uma concessionária de veículos, o mercado Extra e o Hotel Rio Branco. No cruzamento da Avenida Rio Branco com a Avenida Duque de Caxias, uma viatura da Polícia Civil, que estava estacionada, foi virada. Na Avenida Duque de Caxias, foram depredadas uma agência do Itaú, duas do Santander e uma da Caixa Econômica Federal. Na Avenida Ipiranga, ficaram destruídas uma loja de roupas, duas agências do Santander e dois restaurantes, o Habib's e o McDonald's.

A manifestação começou em dois lugares da capital. Alguns alunos se concentraram, por volta das 17h30, no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo, região da Avenida Paulista, em solidariedade aos professores do Rio de Janeiro que estão em greve e aos estudantes que ocuparam o prédio da Reitoria da USP na semana passada. No mesmo horário, professores se concentraram na Praça Ramos de Azevedo, no centro.

Por volta das 20h30 os dois grupos se encontraram na região central, somando, de acordo com a PM, 300 manifestantes. Segundo a polícia, integrantes do movimento Black Block se misturaram ao protesto. Ás 21h, quando os alunos e professores chegaram à Avenida Ipiranga, na Praça da República, em frente à Secretaria de Educação, começou o confronto com a Tropa de Choque. Manifestantes colocaram fogo em lixo e atiraram coquetéis molotov e pedras. Os policiais responderam com gás de pimenta. O protesto terminou por volta das 23h30.

Plano de carreira motiva protestos

Enviado pelo prefeito Eduardo Paes à Câmara de Vereadores no dia 17 de setembro e aprovado no dia 1º de outubro o Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações prevê mudanças na remuneração e nos cargos dos professores, o que provocou uma série de protestos. Veja as principais polêmicas em torno das propostas.

Proposta da prefeitura do Rio O que diz o sindicato dos professores
Reajuste de 8% para professores em 2013, além dos 6,75% já concedidos este ano; A categoria diz que o reajuste não é suficiente e que as propostas beneficiam menos de 10% dos professores;
Equiparação do valor recebido por hora de aula para os professores de nível I (6º ao 9º ano do ensino fundamental) e II (1º ao 5º ano), incluindo os inativos. Hoje um professor do nível I ganha mais que o do nível II. A equiparação proposta será feita ao longo de cinco anos; O Sepe diz que a equiparação dos professores de nível I e II acaba extinguindo essas carreiras e cria a função de um professor polivalente para o ensino fundamental (que dará aula para todas as matérias);
Os professores com carga horária menor, ou com diferentes matrículas, poderão optar por uma jornada de 40 horas semanais. Segundo a prefeitura, mesmo com a migração será possível manter outra matrícula na rede; O sindicato sustenta que o professor terá de se demitir de uma das matrículas para assumir a jornada de 40 horas e que quem não migrar para o novo modelo terá seus benefícios reduzidos;
O objetivo da jornada de 40 horas, segundo a prefeitura, é ampliar é aumentar o número de escolas de tempo integral, que vão oferecer um total de nove horas de aula por dia; A categoria argumenta que o horário integral não está sendo ampliado e que as escolas não tem estrutura para receber os alunos o dia inteiro;
A prefeitura diz que discutiu o plano em diversas reuniões com a categoria antes da aprovação pelos vereadores e que não vai desistir das mudanças. O Sepe quer que a prefeitura revogue o plano e discuta outra proposta.
 

Agência Brasil Agência Brasil
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