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STF determina que ministro da educação explique críticas feitas à UNE

Em seu Twitter, Abraham Weintraub criticou a entidade estudantil durante os protestos contra cortes na educação

8 jan 2020 - 14h40
(atualizado às 14h58)
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SÃO PAULO - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, determinou que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, se manifeste em até 15 dias sobre as crtíticas que fez nos últimos meses à União Nacional dos Estudantes (UNE). Em sua página no Twitter, o ministro fez diversas críticas à entidade estudantil, especialmente quando eram realizadas as manifestações contra o contingenciamento de recursos na educação.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub
O ministro da Educação, Abraham Weintraub
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil / Estadão

A UNE recorreu ao STF em dezembro pedindo que o ministro prestasse esclarecimentos sobre as ofensas que fez nas redes sociais. "O senhor Abraham Weintraub tem assumido postura notadamente agressiva contra entidades estudantis brasileiras e, com isso, não raramente profere ataques pelas redes sociais", diz a entidade.

A representação da UNE diz ainda que o ministro iniciou "verdadeira batalha pessoal contra as entidades estudantis" por terem um posicionamento político e administrativo discordante. Entre as declarações citadas pela entiddade estão falas como: "Desespero da UNE! Fim da mamata! Mas, tenham compaixão. Enviem sugestões para a UNE sair dessa (comuna adora grana/vida fácil). Segue a minha: ARTESANATO. Grupos de trabalho (experiência nova) fariam cachimbos de epóxi decorados (duendes, dragões). Mas não podem testar antes".

Na representação, a entidade apresenta uma série de publicações com ataques de Weintraub. "O cenário demonstra a evidente intenção [do ministro] em, a todo custo, prejudicar não somente a instituição estudantil, mas também estigmatizar uma parcela dos estudantes universitários ao associá-los ao consumo de drogas".

O ministro também criticou as entidades quando o MEC lançou a carteirinha estudantil digital. À época, ele disse que as carteirinhas emitidas pelas entidades eram sua ùnica fonte de recursos e que, por serem muito fáceis de serem fraudadas, encareciam o preço da meia entrada.

"Por que algumas pessoas são contra a carteirinha digital? Porque a UNE ganha R$ 500 milhões por ano fazendo isso. A gente vai quebrar mais uma das máfias do Brasil, tirar R$ 500 milhões das mãos da tigrada da UNE", dizia uma das postagens do ministro.

Além de se referir à UNE como "uma das máfias" do País, o ministro também já usou o termo "tigrada" para falar sobre a entidade. "O que se pretende com a medida ora pleiteada é o esclarecimento do uso das expressões 'máfia' e 'tigrada', eis que possuem evidente sentido pejorativo".

Marca

A atuação de Weintraub no MEC tem sido marcada por declarações polêmicas que renderam ações judiciais e convocações do Congresso para explicar as acusações e críticas que tem disparado a diversas pessoas e entidades.

Na última delas, o ministro foi convocado pela Comissão de Educação da Câmara para explicar a acusação da existência de supostas "plantações extensivas de maconha" em universidades federais e disse que laboratórios universitários seriam usados na produção de drogas sintéticas. Os reitores também entraram com uma ação na Justiça para que Weintraub apresente provas que amparem suas acusações.

Estadão
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