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Tarcísio defende recusa de livros do MEC e busca por 'material didático compatível' em SP

Decisão de abrir mão de obras do Ministério da Educação é alvo do MP

10 ago 2023 - 18h07
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O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) voltou a defender nesta quinta-feira, 10, a decisão do secretário de Educação, Renato Feder, de recusar 10 milhões de livros didáticos comprados pelo Ministério da Educação (MEC) para todas as escolas públicas brasileiras.

"Estamos padronizando todas as aulas, todos os conteúdos. De maneira que teremos o mesmo conteúdo em todas as regiões do Estado. O que se busca? Um material didático que seja compatível", afirmou o governador. "Temos uma equipe de cem educadores dedicados ao desenvolvimento desse material."

Depois da repercussão negativa da ideia de focar as aulas em slides digitais passados na TV, o governo acena agora com a manutenção de livros didáticos, mas não serão os mesmos usados no País todo e em escolas particulares de ponta da capital. São Paulo continua fora do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e voltará a imprimir apostilas que já existiam na rede estadual.

Tarcísio de Freitas voltou a defender a decisão de recusar livros didáticos comprados pelo MEC: 'Estamos padronizando todas as aulas, todos os conteúdos'
Tarcísio de Freitas voltou a defender a decisão de recusar livros didáticos comprados pelo MEC: 'Estamos padronizando todas as aulas, todos os conteúdos'
Foto: TABA BENEDICTO/ESTADÃO / Estadão

Ao defender a opção de abrir mão dos livros do MEC, o governador ressaltou a experiência do secretário. "O Feder trabalhou nesse sentido no Paraná. Quando chegou lá, o Paraná era o sétimo colocado no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Quando saiu de lá, era o primeiro. Tiveram um salto e, quando você dá esse salto, fica mais fácil, você consegue manter", disse Tarcísio.

Investigações

Depois da decisão do Estado de recusar os 10 milhões de livros do PNLD, o Ministério Público pede "justificativas pedagógicas e financeiras" da secretaria da educação. A promotoria pede que o governo explique quem faz os materiais didáticos estaduais, a qual avaliação eles são submetidos e qual será o investimento. Os livros do MEC são enviados de graça para todos os Estados.

A Procuradoria-Geral de Justiça também apura suspeita de conflito de interesse entre Feder e a pasta que ele comanda. Feder é sócio de uma offshore dona de 28,16% das ações da Multilaser, empresa que mantém contratos de R$ 200 milhões com a sua pasta, o que motivou a investigação. Ao todo são três contratos para o fornecimento de 97 mil notebooks para a rede pública estadual. Na segunda-feira, Feder disse que a Multilaser não participará de nenhuma licitação da Secretaria da Educação enquanto ele estiver no governo.

Protesto

Alunos da USP organizaram protesto contra o governador durante evento na universidade
Alunos da USP organizaram protesto contra o governador durante evento na universidade
Foto: TABA BENEDICTO/ESTADÃO / Estadão

Neste quinta-feira, Tarcísio participou de evento na USP, no qual apresentou o projeto da planta-piloto de uma estação experimental de abastecimento de hidrogênio renovável a partir do etanol. Enquanto o projeto era apresentado no auditório da Escola Politécnica, alunos da USP protestavam do lado de fora.

Com gritos e cantos que chamavam Tarcísio de "genocida", os estudantes cobravam respostas sobre as 16 mortes ocorridas no Guarujá durante a operação Escudo, após o assassinato de um policial militar. Na saída, questionado pelo Estadão sobre a manifestação dos alunos, ele se limitou a dizer: "nem vi".

Estadão
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