Unicamp: após 17 dias de paralisação, alunos desocupam unidade e encerram greve
Decisão foi tomada em reunião entre a comissão de negociação constituída pela reitoria e representantes do movimento estudantil
Depois de 17 dias de paralisação, um acordo com a universidade, nesta sexta-feira, 20, encerrou a greve de estudantes na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Conforme a instituição, os alunos se comprometeram a desocupar, durante este fim de semana, o prédio do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (Imecc), que havia sido ocupado no início do movimento. A decisão foi tomada em reunião entre a comissão de negociação constituída pela reitoria e representantes do movimento estudantil.
Integrantes do Diretório Central de Estudantes (DCE) confirmaram o acordo e disseram que a maior parte das reivindicações foi atendida pela universidade. Em nota, a Unicamp disse que, a partir da concordância mútua, foram elaborados ajustes, estabelecidos prazos e formadas comissões de acompanhamento para cada um dos itens da pauta de negociações.
As reivindicações incluíam cotas trans, cotas PCDs e acessibilidade, permanência indígena, condições de permanência dignas, defesa da universidade pública, combate à violência sexual e de gênero, contra o ponto eletrônico, contratação de professores e funcionários, não punição aos alunos que se mobilizaram e o afastamento definitivo do professor que teria empunhado uma faca contra os alunos.
O documento com as propostas atendidas e respectivos prazos estava em elaboração neste sábado, 21. "Um comunicado sobre as iniciativas que serão tomadas a partir da negociação será enviado ao conjunto da universidade acadêmica. A Reitoria reitera seu compromisso com o diálogo, com a democracia e com a busca por uma universidade plural e inclusiva", disse.
O professor teve a faca apreendida pela polícia. Ele e o aluno supostamente ameaçado foram levados à delegacia. O docente foi afastado durante o segundo semestre e responde a processo administrativo disciplinar na universidade. Já a polícia considerou que os alunos teriam partido para cima do professor. A defesa do docente alega que ele agiu em legítima defesa.