Unicamp: temas de redação e gêneros textuais que já caíram na prova
Ao longo dos anos, a prova cobrou diferentes gêneros discursivos: crônica, roteiro de podcast, palestra, abaixo-assinado e até "textão"
Em todo vestibular, é comum que professores e candidatos levantem uma série de apostas para o tema da redação. O que é muito complexo, já que o leque de possibilidades é gigantesco. Quando se trata de Unicamp, o exercício de adivinhação se torna quase impossível. A começar pelo fato de serem duas propostas de redação por edição - o estudante escolhe uma para produzir. E segundo que, ao contrário do Enem, a Unicamp não tem como padrão o texto dissertativo convencional e, ao longo dos anos, cobrou diferentes gêneros discursivos: da escrita de uma carta a um roteiro de podcast.
Portanto, muito mais importante do que tentar adivinhar o tema, o melhor é entender o estilo da Unicamp. Uma boa estratégia para isso é olhar o que foi cobrado em anos anteriores, ainda mais porque a Comvest, que elabora o vestibular, disponibiliza no site as provas comentadas. Na parte de redação, eles trazem as expectativas da banca diante das propostas, além de modelos de textos acima da média, de redações medianas e de uma que seria anulada.
Para facilitar, ao clicar no ano no decorrer do texto abaixo você vê a respectiva correção comentada.
2022: A primeira opção da redação desta edição era escrever um post de redes sociais, no estilo "textão", como se fosse um digital influencer adolescente de 15 anos que se tornou famoso e ficou incomodado com comentários feitos por parentes e amigos sobre seu sucesso na internet. A segunda proposta era de assumir o papel de um estudante universitário que teve uma bolsa de Iniciação Científica rejeitada por restrição orçamentária e escrever um manifesto sobre o corte de verbas.
2021: O candidato, que assumiria o papel de um vereador que visitava uma escola de São Paulo, deveria escrever um discurso político a respeito da derrubada de estátuas que homenageiam personagem que hoje são tidos como controversos. A outra proposta era escrever em um diário como se o autor fosse alguém que estivesse na linha de frente do combate à covid-19 e que narrasse, por um lado, os riscos de contrair a doença e, por outro, a necropolítica do estado em relação aos mais vulneráveis
2020: A primeira proposta foi a de um texto argumentativo para ser lido em voz alta em um podcast. Os candidatos deveriam convencer os seus ouvintes da importância da inter-relação da biodiversidade e sociodiversidade para o crescimento sustentável do Brasil. A outra proposta tratava-se de um texto narrativo do gênero crônica. Nele, os estudantes deveriam narrar, em primeira pessoa, um episódio de micromachismo que vinha listado em uma matéria do El País reproduzida na prova.
2019: A partir da apresentação de uma situação de doutrinação ideológica em sala de aula - uma professora de Filosofia sofria uma tentativa de censura após uma aula sobre direitos humanos -, o candidato deveria elaborar um abaixo-assinado a favor da educadora e contra a censura. Já a segunda proposta apresentava dados do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e do Produto Interno Bruto (PIB) e pedia que o candidato fizesse uma postagem em fórum acadêmico, defendendo o ponto de vista escolhido, a partir de uma análise dos textos fornecidos pela banca . Este foi o último ano em que a Unicamp exigiu que o candidato escrevesse duas redações. A partir de então, a prova manteve duas propostas, mas passou a exigir a produção de apenas um texto.
2018: Primeiro, deveria ser feito um texto para uma palestra sobre fenômeno da pós-verdade, explicando o que é e suas consequências. Na outra proposta, um artigo de opinião com o tema " Há limite para a liberdade de expressão? ".
2017: O candidato deviria escrever uma carta sobre a relação entre o Brasil cordial e a presença de estrangeiros no país, para a seção do leitor de uma revista, respondendo ao artigo " A volta de um Rio que faz sonhar ". A outra proposta era escrever o texto de apresentação de uma campanha de arrecadação de fundos para uma biblioteca.
2016: Nesse ano, as exigências de textos eram uma resenha sobre a fábula La Fontaine (contendo um resumo do texto e relação da obra com um problema social) e um texto de divulgação científica com base no texto " O induzir das emoções ", do neurocientista António Damásio.
2015: Uma das propostas era uma síntese a ser apresentada num grupo de estudos sobre a h umanização do atendimento à saúde . A outra era criar uma carta-convite direcionada à comunidade escolar para uma reunião com o intuito de discutir possíveis soluções para conflitos violentos na escola .