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Unicamp: temas de redação e gêneros textuais que já caíram na prova

Ao longo dos anos, a prova cobrou diferentes gêneros discursivos: crônica, roteiro de podcast, palestra, abaixo-assinado e até "textão"

6 dez 2022 - 18h13
(atualizado às 19h49)
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Em todo vestibular, é comum que professores e candidatos levantem uma série de apostas para o tema da redação. O que é muito complexo, já que o leque de possibilidades é gigantesco. Quando se trata de Unicamp, o exercício de adivinhação se torna quase impossível. A começar pelo fato de serem duas propostas de redação por edição - o estudante escolhe uma para produzir. E segundo que, ao contrário do Enem, a Unicamp não tem como padrão o texto dissertativo convencional e, ao longo dos anos, cobrou diferentes gêneros discursivos: da escrita de uma carta a um roteiro de podcast.

Foto: Karolina Monte/Guia do Estudante / Guia do Estudante

Portanto, muito mais importante do que tentar adivinhar o tema, o melhor é entender o estilo da Unicamp. Uma boa estratégia para isso é olhar o que foi cobrado em anos anteriores, ainda mais porque a Comvest, que elabora o vestibular, disponibiliza no site as provas comentadas. Na parte de redação, eles trazem as expectativas da banca diante das propostas, além de modelos de textos acima da média, de redações medianas e de uma que seria anulada.

Para facilitar, ao clicar no ano no decorrer do texto abaixo você vê a respectiva correção comentada.

2022: A primeira opção da redação desta edição era escrever um post de redes sociais, no estilo "textão", como se fosse um digital influencer adolescente de 15 anos que se tornou famoso e ficou incomodado com comentários feitos por parentes e amigos sobre seu sucesso na internet. A segunda proposta era de assumir o papel de um estudante universitário que teve uma bolsa de Iniciação Científica rejeitada por restrição orçamentária e escrever um manifesto sobre o corte de verbas.

2021: O candidato, que assumiria o papel de um vereador que visitava uma escola de São Paulo, deveria escrever um discurso político a respeito da derrubada de estátuas que homenageiam personagem que hoje são tidos como controversos. A outra proposta era escrever em um diário como se o autor fosse alguém que estivesse na linha de frente do combate à covid-19 e que narrasse, por um lado, os riscos de contrair a doença e, por outro, a necropolítica do estado em relação aos mais vulneráveis

2020: A primeira proposta foi a de um texto argumentativo para ser lido em voz alta em um podcast. Os candidatos deveriam convencer os seus ouvintes da importância da inter-relação da biodiversidade e sociodiversidade para o crescimento sustentável do Brasil. A outra proposta tratava-se de um texto narrativo do gênero crônica. Nele, os estudantes deveriam narrar, em primeira pessoa, um episódio de micromachismo que vinha listado em uma matéria do El País reproduzida na prova.

2019: A partir da apresentação de uma situação de   doutrinação ideológica em sala de aula - uma professora de Filosofia sofria uma tentativa de censura após uma aula sobre direitos humanos -, o candidato deveria elaborar um   abaixo-assinado   a favor da educadora e contra a censura. Já a segunda proposta apresentava dados do Índice de Desenvolvimento Humano  (IDH) e do Produto Interno Bruto (PIB) e pedia que o candidato fizesse uma postagem em fórum acadêmico, defendendo o ponto de vista escolhido, a partir de uma análise dos textos fornecidos pela banca . Este foi o último ano em que a Unicamp exigiu que o candidato escrevesse duas redações. A partir de então, a prova manteve duas propostas, mas passou a exigir a produção de apenas um texto.

2018: Primeiro, deveria ser feito  um texto para uma   palestra  sobre fenômeno da  pós-verdade, explicando o que é e suas consequências. Na outra proposta, um artigo de opinião  com o tema " Há limite para a liberdade de expressão? ".

2017: O candidato deviria escrever uma carta sobre a relação entre o Brasil cordial e a presença de estrangeiros no país,   para a seção do leitor de uma revista, respondendo ao artigo " A volta de um Rio que faz sonhar ". A outra proposta era escrever o texto de apresentação   de uma  campanha de arrecadação de fundos   para uma biblioteca.  

2016: Nesse ano, as exigências de textos eram uma  resenha  sobre a  fábula La Fontaine (contendo um resumo do texto e relação da obra com um problema social) e um   texto de divulgação científica com base no texto " O induzir das emoções ", do neurocientista António Damásio. 

2015: Uma das propostas era  uma   síntese a ser apresentada num grupo de estudos   sobre a h umanização do atendimento à saúde . A outra era criar uma carta-convite direcionada à comunidade escolar para uma reunião com o intuito de discutir possíveis soluções para conflitos violentos na escola .

Guia do Estudante
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