Universitários que recebem auxílio se destacam com notas maiores no Enade 2023; confira
Indicadores de Qualidade da Educação Superior foram divulgados pelo Inep nesta sexta-feira, 11
Universitários que recebem auxílios de permanência – seja de moradia, alimentação ou outros – se destacam com uma média de notas maior entre os demais avaliados no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) referente a 2023. Os dados mais atualizados dos indicadores de Qualidade da Educação Superior foram divulgados pelo Inep nesta sexta-feira, 11.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
No total, foram avaliados 28 cursos das áreas de engenharias, saúde, tecnologia e arquitetura e urbanismo. Desses, em 20, a média da nota de quem recebia algum tipo de auxílio foi superior à de quem não recebe.
Os oito cursos em que a situação foi diferente, com a média de quem não recebeu auxílio sendo superior, foram: técnico de Segurança do Trabalho, Zootecnia, técnico em Agronegócios, Engenharia de Alimentos, Engenharia Florestal, Engenharia de Controle e Automação, técnico em Estética e Cosméticos, e Engenharia Química.
Confira:
Os cursos com mais estudantes beneficiados com algum tipo de auxílio permanência são Engenharia Florestal (43,6%), Zootecnia (38,7%), Engenharia de Alimentos (35,4%), Engenharia Ambiental (25,8%) e Agronomia (23,3%).
Já os cursos com menos estudantes beneficiados são os técnicos em Segurança no Trabalho (2,6%), Gestão Hospitalar (2,9%), Estética e Cosmética (3%), assim como o bacharelado de Biomedicina (3,9%) e o técnico em Agronegócios (4,7%).
Dos estudantes que participaram do Enade 2023, 43,7% foram beneficiados por subsídios ou financiamentos públicos. Além disso, 33% dos respondentes de instituições privadas recebem algum tipo de bolsa, e 28,9% algum tipo de financiamento.
Mais sobre o Enade
O Enade tem como objetivo avaliar o desempenho de estudantes e faz parte do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior. No caso, foram aplicadas provas com 10 questões referentes a conteúdos gerais e outras 30 de tópicos específicos às áreas de formação em questão. Sendo assim, no total, todos os participantes foram avaliados em 40 questões – sendo 25% fáceis, 50% intermediárias e 25% difíceis.
Das 28 áreas que participaram desta edição, foram avaliados 9.812 cursos distribuídos entre 1.347 instituições de ensino superior de todo o Brasil. Dessas instituições, 192 são públicas (52 estaduais, 30 municipais e 110 federais) e 1.155 privadas (87 comunitárias, 319 sem fins lucrativos e 749 com fins lucrativos). Foram cerca de 406 mil estudantes participantes.
O Inep divulgou diversos recortes a partir da avaliação. Confira algum deles:
- Faixa etária: Considerando as modalidades de ensino, 47,5% do público matriculado no presencial tem até 20 anos, e 33,8% de 25 a 30 anos. Já no EAD o cenário se inverte e os estudantes são mais velhos: 30,7% têm acima de 40 anos e 36,2% têm acima de 30. Já com relação ao bacharelado e técnico, o público mais jovem está concentrado nos bacharelados.
- Cor/raça: Os cinco cursos com mais estudantes declarados brancos são Medicina (73,3%), Engenharia Química (69,1%), Engenharia de Controle e Automação (66,8%), Medicina Veterinária (66,6%) e Arquitetura e Urbanismo (65,5%). Já os em que mais pessoas se declararam pretas, pardas ou indígenas são: Enfermagem (57,1%), Engenharia Florestal (56,8%), técnico em Segurança no Trabalho (56%), em Gestão Ambiental (55,1%) e em Gestão Hospitalar (53,7%).
- Sexo: Mulheres estão mais concentradas nos cursos de Estética e Cosmética (98,5%), Fonoaudiologia (90,1%), Enfermagem (84,8), Biomedicina (84,7%) e Nutrição (82,8%). Os homens ocupam mais as salas nas engenharias Mecânica (89,4%), Elétrica (86,8%), de Controle e Automação (86,5%), de Computação (86,2%) e na Civil (70,5%).
A percepção dos estudantes sobre a administração de suas instituições de ensino superior também foi considerada e ficaram melhor posicionadas as faculdades privadas sem fins lucrativos (37,4% com nota alta), comunitárias (32,4%) e públicas municipais (26,3%).
O posicionamento considera respostas dos alunos sobre infraestrutura, corpo docente, oportunidades de ampliação acadêmica e profissional, por exemplo. Nisso, as faculdades privadas com fins lucrativos ficaram com 21,1% de nota alta, as públicas estaduais com 5,5% e as públicas federais com 2,5%.
Sobre os modelos presencial e EaD, os estudantes têm uma visão melhor sobre o presencial, que ficou com 21,2% de nota alta (20,3% média alta, 20% média, 19,2% média baixa e 19,3% baixa). Já o EaD ficou com 4,1% de alta (9,6% média alta, 22,5% média, 35,4% média baixa, 28,4% baixa).