USP é a melhor universidade da América Latina; veja outras brasileiras no ranking
Unicamp, UFRJ e Unesp também estão no top 10 da região; Brasil é país com mais universidades no ranking regional, que avaliou 437 instituições
A Universidade de São Paulo (USP) é considerada a melhor da América Latina e Caribe pelo ranking da QS Quacquarelli Symonds, que faz análise global de educação superior. O levantamento envolve 437 das melhores universidades da região em 23 países.
Em ranking global da QS, divulgado em junho, a USP havia perdido o topo da América Latina para a Universidad de Buenos Aires (UBA), da Argentina. Na edição regional, porém, os critérios são diferentes, explica Ben Sowter, vice-presidente sênior da QS. "São critérios adaptados à realidade regional (latino-americana)", diz.
O segundo lugar entre as instituições da América Latina e Caribe ficou com a Pontificia Universidad Católica de Chile (UC) e a terceira posição, com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
O Brasil continua sendo destaque na região, com 96 universidades classificadas, o maior número da América Latina, sendo quatro universidades brasileiras entre as 10 melhores da América Latina e Caribe. e nove entre as 25 primeiras.
Dentre as instituições brasileiras classificadas, 27 melhoraram suas posições, 34 mantiveram sua posição e 34 registraram queda.
Veja as universidades brasileiras entre as 30 melhores da América Latina:
- Universidade de São Paulo (USP), no 1º lugar geral
- Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no 3º lugar geral
- Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no 5º lugar geral
- Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), no 8º lugar geral
- Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no 13º lugar geral
- Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), no 14º lugar geral
- Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), no 16º lugar geral
- Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no 21º lugar geral
- Universidade de Brasília (UnB), no 25º lugar geral
- Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), no 28º lugar geral
- Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), no 29º lugar geral
Depois do Brasil, os países com mais universidades no ranking são México (63), Colômbia (61), Argentina (45) e Chile (41).
O País se destaca em indicadores-chave como Equipe com Doutorado - com a Universidade Estadual Paulista (Unesp) liderando na região - e Impacto na Web, onde supera todas as outras nações da América Latina e Caribe.
As universidades brasileiras também se destacam no critério de Citações por Artigo, com três instituições entre as 10 primeiras - USP, Unicamp e a Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) - e na produtividade de pesquisa, medida pelo indicador Artigo por Docente, garantindo sete dos 10 primeiros lugares e 50 dos 100 melhores.
Além disso, 66% das instituições brasileiras melhoraram sua Reputação do entre Empregadores, com base nas opiniões de especialistas de mais de 105 mil gerentes internacionais de RH e outros gerentes com responsabilidades de contratação, com a USP se destacando novamente - é a única instituição entre as 10 primeiras neste critério.
Desafios
Apesar das conquistas significativas destacadas na classificação, o Brasil, assim como outros países latino-americanos, continua a enfrentar desafios na área da educação superior, como o financiamento menor do que o ideal, a necessidade de ampliar o acesso, a participação de grupos sub-representados no ensino superior (como pretos e pardos) e o declínio da competitividade global em termos de impacto da pesquisa, destaca o vice-presidente sênior da QS.
"As universidades brasileiras continuam demonstrando realizações acadêmicas significativas, mas o sucesso a longo prazo depende da diversificação das fontes de financiamento e do aumento da autonomia institucional", enfatiza Sowter.
As recentes iniciativas do governo, como aumentos salariais e financiamento adicional para bolsas de estudo, contribuíram para uma maior estabilidade no setor de ensino superior brasileiro, avalia o especialista, mas pondera que é essencial que o País garanta o crescimento sustentado e a inovação, expanda os fluxos de financiamento e que as universidades permaneçam livres de influência política.
Nesse contexto, o setor de ensino superior do Brasil pode se beneficiar dos programas de integração regional, ele diz, mencionando o Grupo Montevidéu (AUGM), iniciativa que envolve universidades do Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Uruguai e Paraguai, com investimentos significativos nos próximos oito anos.
Ele cita também a iniciativa Mova La América, que oferecerá 500 bolsas de mestrado e doutorado para estágios em instituições federais brasileiras, com investimento de R$ 120 milhões do governo brasileiro.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão ligado ao Ministério da Educação, acaba de realizar pré-lançamento do programa Capes Global, que deverá favorecer redes internacionais lideradas por instituições de alto desempenho científico, e incluirão universidades brasileiras e de várias regiões do mundo.
"O Brasil lidera a região em número de docentes com doutorado, com vantagem substancial sobre o Chile. Também está em primeiro lugar em Impacto na Web, que mede a presença online de uma instituição, e em segundo lugar em Artigos por Corpo Docente, medida fundamental do impacto da pesquisa", finaliza o vice-presidente da QS.