Calendário gregoriano: há 431 anos, 11 dias se passaram em um
Calendário utilizado atualmente resumiu 11 dias em 24 horas em 1582
No século 15, o calendário juliano estava atrasado em aproximadamente uma semana em relação ao calendário solar (cuja marcação é baseada nos movimentos do Sol) - então, a primavera no Hemisfério Norte caía por volta de 12 de março ao invés do dia 21. A Igreja Católica decidiu que uma reforma era necessária, e chamou astrônomos para propor alterações no calendário oficial. No Concílio de Trento, em 1545, foi dada autorização para a reforma fosse feita - e após anos de cálculos e discussões, o papa Gregório 13 ordenou que o dia 4 de outubro de 1582 fosse o último do calendário juliano. O dia seguinte seria uma sexta-feira, 15 de outubro: ou seja, 10 dias foram omitidos em apenas algumas horas.
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Para que houvesse precisão a longo prazo, foi adotada uma fórmula sugerida pelo cronologista do Vaticano Aloysius Giglio, segundo a qual a cada quatro anos ocorre um ano bissexto - a não ser que o ano represente a virada de um século (como 1700 ou 1800). Os anos seculares só são considerados bissextos se forem divisíveis por 400 (como 1600 e 2000). Essa regra eliminava três anos bissextos em quatro séculos, tornando o calendário suficientemente preciso. Assim, o atraso de três dias em cada 400 anos observado no calendário juliano desaparecia.
Boatos de que houve protestos contra a adoção do calendário gregoriano - sob gritos de "deem nossos 11 dias de volta!" - são mencionados em alguns livros de história, porém não há confirmação de que tenham mesmo ocorrido. A reforma gregoriana não foi adotada no Ocidente de maneira imeditada. Apesar de muitos países católicos terem adotado o novo calendário papal logo em 1582, os príncipes protestantes da Europa preferiram ignorar a bula e continuaram a utilizar o calendário juliano. Apenas em 1700 a Alemanha e os Países Baixos passaram a usar o novo calendário. No Reino Unido e suas colônias, a mudança só aconteceu em 1752.
Apesar da larga adoção atual do calendário gregoriano, ainda há falhas: mesmo com a regra revisada sobre anos bissextos, um ano no calendário gregoriano tem aproximadamente 26 segundos a mais que o período orbital da Terra. Essa discrepância, porém, só significa um dia a mais a cada 3.323 anos.