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Como os favos das abelhas viram hexágonos?

Favos têm forma circular e se transformam em hexágonos durante o escoamento da cera derretida

16 jul 2013 - 22h37
(atualizado em 17/7/2013 às 09h37)
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Inúmeras hipóteses foram elaboradas ao longo dos séculos na tentativa de explicar a geometria impressionante das colmeias
Inúmeras hipóteses foram elaboradas ao longo dos séculos na tentativa de explicar a geometria impressionante das colmeias
Foto: Getty Images

Desde que o mundo é mundo, os favos das abelhas fascinam pela complexidade e perfeição de sua geometria. Até Charles Darwin, autor da teoria da evolução, se rendia à casa das abelhas, considerando-as "absolutamente perfeitas, economizando mão-de-obra e cera". Agora, uma equipe de pesquisadores se dedicou a desvendar o mistério de suas formas hexagonais.

A equipe de pesquisadores de Bhushan Karihaloo, da Universidade de Cardiff, constatou que, antes de se transformarem em hexágonos, os favos têm, inicialmente, a forma circular. Eles ganham a forma hexagonal e levemente arredondada ao longo da construção das fileiras, prateleiras onde são depositados pólen e mel.

Em artigo publicado na revista da Royal Society britânica, os especialistas explicam que o mecanismo desta transformação se dá no escoamento da cera derretida, que uniria os favos vizinhos.

Abelhas operárias que trabalham sem parar, lado a lado, na construção das fileiras
Abelhas operárias que trabalham sem parar, lado a lado, na construção das fileiras
Foto: Getty Images

Inúmeras hipóteses foram elaboradas ao longo dos séculos na tentativa de explicar a geometria impressionante das colmeias. Já se acreditou, inclusive, na insólita capacidade que estes insetos teriam para fazer complexos cálculos matemáticos a fim de medir as larguras e os ângulos. Mas segundo o estudo, a explicação está nas propriedades físicas da cera utilizada para construir os favos circulares.

Em uma temperatura de aproximadamente 45ºC, a cera começa a derreter como um líquido elástico, viscoso. Ela se estica como um caramelo, e os ângulos se formam na junção das células, dando origem aos hexágonos. De acordo com os pesquisadores, o calor na origem desta transformação é fornecido pelas abelhas operárias que trabalham sem parar, lado a lado, na construção das fileiras.

Mesmo que o enigma desta impressionante estrutura tenha sido solucionado graças a uma combinação física e matemática, os cientistas afirmam que o papel central da pesquisa ficou a cargo dos insetos.

"Nós ficamos maravilhados com o papel das abelhas no processo: aquecendo, endurecendo e afinando a cera exatamente onde é necessário", afirmam.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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