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Por que os beagles são usados em pesquisas de medicamentos?

21 out 2013 - 18h14
(atualizado em 22/10/2013 às 09h47)
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Foto: Edison Temoteo / Futura Press

Na última sexta-feira, ativistas de direitos dos animais invadiram o  Instituto de Pesquisa Royal, em São Roque (SP), para libertar centenas de cachorros da raça beagle que seriam usados em testes para a fabricação de medicamentos. Mas por que esta raça de cachorro é utilizada nas pesquisas?

A resposta, segundo a professora de farmacologia e toxicologia veterinária da Universidade de São Paulo (USP) Silvana Gorniak está na padronização genética dos beagles. "Para testar a eficácia de um medicamento não se pode pegar um animal gordo, outro magro, um grande, outro pequeno. Com cacarcterísticas diferentes, as respostas também seriam diferentes. Então precisa-se ter um padrão igual para não ter variável", explica a pesquisadora.

Segundo ela, os beagles têm esse padrão porque correspondem a uma raça muito antiga, que já se fez o mapeamento genético.  "O cruzamento é feito de maneira racional, controlada. Eles são geneticamente iguais", afirma a especialista, que também é representante do Conselho Federal de Medicina Veterinária. Silvana diz que também conta na decisão de usar os beagles o porte dos animais – são cachorros pequenos – e a característica de serem dóceis.

Sobre a utilização de cachorros – em vez de camundongos, por exemplo – ela explica que em alguns casos se faz necessário por apresentarem fisiologia mais próxima do ser humano. "Quando o medicamento vai ser usado por muito tempo, como oncológico (para tratar o câncer), ou anti-aids, o teste em cachorros é preciso para preservar a saúde do ser humano", afirma ao ressaltar que os testes em ratos, ou apenas em culturas de laboratório, podem não ser tão eficientes.

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Ela ainda explica que qualquer pesquisa com animais precisa passar pela avaliação do Conselho Nacional de Experimentação Animal (Consea), ligado ao Ministério de Ciência e Tecnologia. Entre as exigências do conselho estão que as pesquisas não causem nenhum tipo de maus-tratos aos animais e que seja formado um comitê dentro de cada local de teste, composto por um veterinário, um biológo, um pesquisador e um representante de ONG de proteção animal. Cada teste passa, necessariamente, pela supervisão deste comitê.

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Fonte: Terra
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