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Quais as chances de ter gêmeos três vezes?

10 jun 2013 - 13h16
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Karen Rodger teve três pares de filhos gêmeos não-idênticos
Karen Rodger teve três pares de filhos gêmeos não-idênticos
Foto: BBC News Brasil

A britânica Karen Rodger, de 41 anos, teve no mês passado dois filhos gêmeos não-idênticos - já tendo dois pares de gêmeos em casa. Médicos dizem que a probabilidade de isso acontecer é de 1 em 500 mil. Mas o quão precisa é essa conta?

Pouca, na verdade. As taxas de nascimentos de gêmeos variam ao redor do mundo. No Brasil, a incidência é de 8,8 a cada mil partos, segundo artigo publicado no periódico Plos One.

Na Grã-Bretanha, onde ocorreu o caso de Rodger, essa taxa é de uma a cada 112 gestações. Isso se não incluirmos bebês nascidos por fertilização in vitro, processo em que as chances de gêmeos aumentam.

Então, em teoria, as chances de ter dois casais de gêmeos seria de 112 multiplicado por 112, que é de cerca de uma em cada 12,5 mil gestações. A chance de ter três casais de gêmeos, como Rodgers, é ainda menor: 112 elevado ao cubo, ou 1,4 milhão para um. Mas a conta não é tão simples assim, já que gêmeos não-idênticos vêm agrupados.

Chances aumentam

Tirar um seis num jogo de dados não significa que você tirará outro na próxima jogada, mas ter um casal de gêmeos não idênticos torna mais provável a vinda de outros gêmeos.

"Estudos mostram que uma mulher que tem gêmeos não-idênticos tem quatro vezes mais chance de tê-los novamente numa próxima gravidez em relação a uma mulher sem gêmeos", diz Jane Denton, diretora de uma fundação chamada Multiple Births.

Sendo assim, para uma mulher mãe de gêmeos não idênticos, a chance de ter outro casal não é de uma em 112, mas de uma em 28 - portanto, muito maior.

Nesse caso, a probabilidade de ter três casais de gêmeos não é realmente uma em 500 mil, mas uma em 112 x 28 x 28 - que dá cerca de 88 mil.

Altas e baixas

Os gêmeos idênticos são mais incomuns, e as taxas também variam ao redor do mundo. Na Grã-Bretanha, excluindo-se gestações por fertilização in vitro, isso ocorre em um em cada 227 casos. No papel, a chance de ter três casais deles é de uma em 11,7 milhões. Mas no Vietnã, por exemplo, há 6,2 gêmeos a cada mil partos; e nos EUA, cinco vezes mais: 33,2 a cada mil nascimentos.

Não se sabe ao certo o porquê, mas estudos mostram que, em mulheres altas (com mais de 1,64 m), a chance relativa de ter gêmeos é até duas vezes maior do que em mulheres baixas (menos de 1,55 m).

Mães de gêmeos também têm um índice de massa corporal (IMC) mais alto em comparação com as demais mães. E um IMC menor do que 20 é associado a uma menor probabilidade de ter gêmeos, enquanto um IMC de 30 ou mais é associado a uma probabilidade maior. Também há indícios de que as chances de ter gêmeos aumentem quanto mais tarde as mulheres tiverem filhos, por conta de mudanças hormonais.

E, em diversos países, estudos mostram que variações sazonais influenciam a incidência de gêmeos não-idênticos: há taxas mais altas de concepção durante o verão e o outono. Uma teoria é de a duração do dia (maior no verão) pode influenciar concentrações hormonais e, por consequência, a fertilidade e a ovulação múltipla.

Outro estudo, do Instituto de Genética de Helsinque (Finlândia), sugere também que mudanças na alimentação durante as diferentes estações também pode contribuir para isso.

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