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Você Sabia? Conheça 10 asteroides e meteoritos que abalaram a Terra

Meteorito que atingiu a Rússia é um nanico quando comparado a outros corpos celestes que já atingiram nosso planeta

25 fev 2013 - 09h37
(atualizado às 09h42)
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O meteorito que atingiu a Rússia no dia 15 de fevereiro provocou pânico e deixou quase mil feridos. Com 17 metros de diâmetro e 10 mil toneladas antes de entrar na atmosfera terrestre, o meteorito é o maior já visto desde o “Evento de Tunguska”, que destruiu uma floresta de 2 mil quilômetros quadrados na Sibéria, em 1908. Mas o bólido russo é um nanico quando comparado a alguns corpos celestes que já nos atingiram no passado. 

O meteorito que atingiu a Rússia em 15 de fevereiro de 2013 provocou pânico e deixou quase mil feridos. A enorme pedra, contudo, não é a primeira a provocar destruição no nosso planeta - e nem de longe é a maior. Veja a seguir 10 asteroides e meteoritos que abalaram o planeta

As visitas de gigantes espaciais à Terra transformaram nosso planeta. Dois exemplos de consequências de impactos são a formação da Lua e o extermínio dos dinossauros. Acredita-se que nosso satélite natural tenha sido originado a partir da colisão de um asteroide do tamanho de Marte com uma "Prototerra", há 4 bilhões de anos. Outro asteroide famoso é o que dizimou os dinossauros há 65 milhões de anos. Com 10 quilômetros de diâmetro, o impacto originou a Cratera de Chicxulub, a terceira maior do mundo, com 180 quilômetros de diâmetro. Estima-se que as maiores crateras, Domo de Vredefort (300 quilômetros de diâmetro), na África, e Sudbury (250 quilômetros), no Canadá, também tenham sido originadas por um asteroide com cerca de 10 quilômetros de diâmetro. 

Mas objetos ainda maiores podem ter entrado na rota terrestre. Crateras ainda não confirmadas na Groelândia (100 quilômetros de largura, que podem ter chegado a 600 quilômetros) e na Terra de Wilkes (480 quilômetros de diâmetro), na Antártida, podem ser resultado do impacto de corpos celestes de 30 quilômetros de diâmetro e 45 quilômetros, respectivamente. “O tamanho da cratera está relacionado fisicamente com o tamanho do asteroide que causou o impacto”, afirma Denton Ebel, chefe da Divisão de Ciências Físicas e curador do Departamento de Ciências Planetárias do Museu Americano de História Natural.

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Mesmo assim, é difícil saber com certeza quais foram os maiores asteroides a impactarem a Terra. De acordo com Ebel, a crosta oceânica mais antiga tem apenas 250 milhões de anos, e os maiores impactos em continentes possuem mais de 250 milhões de anos. “Nós só podemos ter certeza dos maiores impactos nos continentes, mas não nos oceanos”. Daniela Lazzaro, astrônoma pesquisadora do Observatório Nacional (ON), explica que, nas primeiras fases da formação do Sistema Solar e da Terra, houve muitos impactos que acabaram formando os planetas, e essa fase durou milhares de anos. 

Segundo Jorge Ricardo Ducati, doutor em Astrofísica e professor do Departamento de Astronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a taxa de colisões foi muito alta no período inicial do Sistema Solar, pois havia muito material no meio interplanetário. “A Terra tem sido bombardeada por corpos celestes (asteroides, cometas, meteoritos) de tamanhos variados, desde poucos metros até dezenas de quilômetros de diâmetro, desde a sua formação”, explica Alvaro P. Crósta, professor do Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O geólogo argumenta que a maioria das crateras formadas por essas colisões não sobreviveu, devido à dinâmica geológica da Terra, muito intensa. Assim, apenas as crateras mais novas encontram-se parcial ou totalmente preservadas.

Teoricamente, um corpo celeste pode colidir com a Terra em qualquer local ou região. No entanto, lembra Crósta, em grandes planícies desérticas, como em Austrália, Rússia, Canadá, África e Estados Unidos, há uma quantidade maior de crateras. De acordo com Fernando Roig, doutor em astronomia e pesquisador do Observatório Nacional (ON) especialista em asteroides, o que acontece é que, nessas regiões, as crateras ficam mais preservadas do que em outras, em função dos diversos processos de erosão que ocorrem na superfície da Terra. “As crateras conhecidas se concentram em algumas áreas onde as rochas são antigas o suficiente para preservá-las, e são raras em regiões de rochas mais jovens, como o piso do oceano”, justifica o geólogo Jay Melosh, professor na Universidade Purdue (EUA). Daniela aponta ainda outro fator: “Nas regiões pouco povoadas e desérticas, as crateras são mais facilmente reconhecíveis. Em regiões com densa vegetação, como a Amazônia, por exemplo, as crateras são mais difíceis de serem identificadas”.

De acordo com dados mantidos sobre crateras no mundo, a América do Sul tem menos registros de crateras do que os continentes do norte. Crósta explica que as idades da maioria das crateras brasileiras ainda não está definida. A única que conta com determinação precisa é o Domo de Araguainha (GO-MT), com 245 milhões de anos, entre o Permiano e o Triássico. Com 40 quilômetros de diâmetro, é a maior cratera da América do Sul e a 16ª maior do mundo. Outra cratera conhecida no Brasil, também do Triássico, é a da Serra da Cangalha, no Tocantins, com 12 quilômetros de diâmetro. Mesmo que o registro destas crateras date de milhões de anos atrás, isso não significa que um corpo celeste não possa cair no Brasil, ou em qualquer região, nos próximos anos.

Se as estatísticas se confirmarem, vai demorar até que um asteroide como o que vitimou os dinossauros coloque em risco a nossa espécie. De acordo com Daniela, estima-se que um asteroide de 10 quilômetros de diâmetro deva colidir com a Terra a cada 100 milhões de anos; de 100 metros, a cada 10 mil anos; de 1 metro, a cada ano; e de 1 milímetro, a cada segundo. 

Entenda a diferença entre meteoro, meteorito, cometa e asteroide
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Foto: Arte / Terra
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