Volta às aulas é marcada por greve nas escolas da Itália
Mudança em legislação foi criticada por professores
A volta às aulas após a pausa para as festividades de fim de ano foi marcada por diversos protestos na Itália, incluindo uma greve de parte de professores primários, nesta segunda-feira (8).
O motivo dos protestos, convocados pelos sindicados Anief, Saese e Cub, com a adesão do Cobas, é uma sentença do Conselho de Estado sobre os diplomas dos professores emitida no dia 20 de dezembro.
Naquele dia, os magistrados definiram que os professores que tenham obtido sua graduação até 2001/2002 não poderão mais ser classificados nos chamados "Graduatorie a Esaurimento" (GaE), um ranking no qual os professores estão matriculados e que leva em conta a qualificação do ensino. Com base nessa lista, eles são alocados para as contratações nas escolas primárias e infantis para dar aulas para crianças entre 6 e 11 anos.
Apesar de não estar valendo para este ano escolar - que na Itália começa em setembro e termina em junho -, a paralisação foi uma forma de pressionar o governo a reescrever o artigo para evitar a demissão de milhares de professores.
A ministra da Educação, Valeria Fedeli, se manifestou sobre a paralisação e sobre os atos convocados pelos sindicatos nas principais cidades italianas.
"Nós pedimos para a Advocacia-Geral do Estado para nos dar as linhas de atuação da sentença do Conselho de Estado. Assim que chegar a resposta, convocaremos as partes interessadas e encontraremos soluções mais idôneas. O Miur [Ministério da Educação] está se movendo com equilíbrio, com grande atenção e com uma escolha já feita: a continuidade educativa nesse ano escolar", disse Fedeli à imprensa.
Afirmando "respeitar as pessoas que se mobilizaram" nesta segunda, a ministra ainda destacou que espera a decisão da Advocacia-Geral para "ter a correta interpretação e atuação daquela sentença".
Por sua vez, um dos líderes do sindicato Anief, Marcello Pacifico, afirmou que é "inútil" esperar a posição da entidade.
"Se não chegar logo um decreto-lei haverá ainda greves nos dias 1º e 23 de março. Não há tempo a perder e é preciso restabelecer o princípio de direito rapidamente, fazendo com que oferta e demanda se encontrem sem comprometer a continuidade do ensino", destacou Pacifico.