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Volta às aulas tem teste, mapa da vacina e máscara reforçada

Escolas planejam retorno na semana que vem com novos protocolos de combate à covid; professores defendem adiamento

28 jan 2022 - 05h11
(atualizado às 07h26)
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Estudante de máscara em escola de São Paulo
03/11/2020
REUTERS/Amanda Perobelli
Estudante de máscara em escola de São Paulo 03/11/2020 REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

A expectativa em grande parte das escolas particulares de São Paulo era de flexibilizar os protocolos na volta às aulas. Mas o avanço da variante Ômicron do coronavírus, mais transmissível, freou qualquer tentativa de tornar o ambiente escolar um pouco mais próximo do normal. Para evitar o contágio, as instituições passaram a recomendar máscaras que protegem mais, comprar testes e fazer mapeamento da vacinação de funcionários e alunos.

As unidades não devem exigir comprovante de imunização dos alunos como condição para frequentar as aulas, mas reforçam campanhas para que as crianças se vacinem. O ano letivo em boa parte dos colégios paulistanos começa na semana que vem, com a expectativa de que as aulas não tenham de ser interrompidas.

No Colégio São Luís, na zona sul, famílias devem preencher uma ficha com o envio do comprovante de vacinação contra a covid-19 dos alunos. A escola lembra que, "segundo o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), a vacinação das crianças é obrigatória". O de funcionários também é checado semanalmente para verificar a adesão à terceira dose.

O Equipe, na região central, pretende checar a imunização de alunos e professores. "Pedimos que todos enviem seus comprovantes de vacinação para mapearmos a cobertura vacinal da nossa comunidade. Não será um 'passaporte' propriamente", disse Luciana Fevorini, diretora do colégio, que retorna com aulas presenciais na terça. Já no Colégio Stocco, de Santo André, será pedida a carteira de vacinação de cada criança. "Se ela não estiver em dia com qualquer tipo de vacina prevista no calendário, informaremos à família que essa situação precisa ser regularizada no prazo de 60 dias e caso não seja também notificaremos às autoridades competentes." A falta de vacinas, porém, não impedirá a matrícula ou a presença, explica a escola.

Escolas da rede estadual passarão a exigir as carteiras de vacinação no fim do 1.º bimestre - as aulas começam no dia 2. A Secretaria Estadual da Educação explica que a não apresentação do comprovante não impede a matrícula, mas a escola tem a obrigação de informar o Conselho Tutelar. "As escolas particulares poderão seguir a determinação do Estado, mas são autônomas para definirem um prazo."

Segundo Ligia Mori, diretora do Gracinha, na zona sul, haverá campanha para incentivar que todos se vacinem. "Faremos comunicados às famílias, ressaltando a importância da imunização, com divulgação nas TVs internas, cartazes, conversa com os alunos."

O Santa Cruz, na zona oeste, afirma que todos os professores estão imunizados e boa parte já recebeu o reforço. A escola recomenda a vacinação dos alunos e também vai fazer um levantamento dos estudantes imunizados. Além disso, máscaras melhores já estão sendo exigidas no retorno que começou esta semana - as de pano devem ficar em casa. "Passaremos a exigir máscaras cirúrgicas de uso hospitalar com três camadas ou do modelo N95/PFF2 para alunos e educadores. Esta é uma medida de cuidado adicional no momento de alta transmissibilidade na pandemia", afirmou a direção em comunicado aos pais.

Diretriz parecida é adotada pela Camino School, na zona oeste, que também estabelece uso de máscaras N95 ou KN95, mais filtrantes, para alunos e professores. Além disso, a escola comprou testes de covid para funcionários e estudantes. A intenção é usá-los no retorno, para identificar contaminados nas férias e reduzir riscos. Depois, os testes serão feitos em caso de suspeita.

Escolas como o Franciscano Pio XII e Augusto Laranja, na zona sul, também preveem afastar turmas em casos de contaminação. Na Grande São Paulo, a Escola Castanheiras pede novo teste ao aluno que, após resultado positivo, queira voltar antecipadamente.

Sem aulas

"Crianças sintomáticas, com tosse, febre, coriza devem ser afastadas imediatamente", explica Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações. Além disso, a criança também não deve ir à escola se tiver contato com um parente infectado. Para Kfouri, diante do alto número de casos de covid-19 é natural que as escolas também registrem infecções. Protocolos como uso correto de máscaras, ventilação, higiene das mãos, distanciamento e vacinação reduzem os riscos.

Professores, no entanto, temem mais contaminações com a reabertura. A Federação dos Professores do Estado de São Paulo (Fepesp) vai enviar ofício ao governo estadual, pedindo adiamento do retorno. "Todos queremos voltar, mas com segurança e sem risco de recuar", afirma Celso Napolitano, presidente da Fepesp.

A Secretaria da Educação do Estado afirma que é fundamental ter os estudantes nas escolas. E que a presença dos alunos é obrigatória desde novembro. Protocolos na rede estadual incluem álcool em gel, máscaras, medição de temperatura, identificação e afastamento dos casos positivos e seus contatos.

Volta às aulas nas escolas

Quais os protocolos para a volta às aulas?

Escolas preveem uso de máscaras, higienização das mãos e distanciamento entre os estudantes. Também apostam em salas mais arejadas, para reduzir o risco de contaminação.

Quantos alunos podem frequentar as aulas?

Não há limite de porcentual de estudantes para frequentar as aulas. Escolas de São Paulo não preveem fazer rodízio entre os alunos no início de 2022.

Como proteger meu filho na volta às aulas?

A melhor estratégia é a vacinação, já aberta na capital paulista para todas as crianças de 5 a 11 anos, com ou sem comorbidades. Além disso, máscaras com boa vedação no rosto ajudam a reduzir os riscos. Algumas escolas passaram a exigir máscaras do tipo PFF2 ou cirúrgicas, que protegem mais do que as de pano.

O retorno é obrigatório?

Sim. Segundo o governo estadual de São Paulo, a frequência nas escolas é obrigatória desde novembro do ano passado. Alunos do grupo de risco que ainda não completaram o esquema vacinal podem seguir em aulas remotas desde que apresentem atestado.

O que fazer em caso de sintomas?

Caso a criança apresente sintomas como febre, coriza, tosse, dor de garganta, não deverá ir à escola - mesmo que não seja possível testar para saber se é ou não covid-19. A criança também não deve ir à escola caso algum parente com quem teve contato tenha covid-19. A escola deve ser avisada para tomar as medidas em relação à turma.

Estadão
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