A evangélicos, Bolsonaro volta a dizer que não é fácil ser presidente
Presidente reforçou pauta de costumes durante campanha em São Paulo
Em tom moderado e marcadamente religioso, o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição, voltou a dizer neste domingo, a um público evangélico, que não é fácil ser presidente e bateu mais uma vez na tecla de sua pauta de costumes, na busca para consolidar o voto de um segmento que tem sido importante em seu apoio eleitoral.
Bolsonaro disse também que a cadeira da Presidência é cobiçada, especialmente "pelos maus". "Por vezes eu me pergunto: por que cheguei até aqui? Jamais sonhei com esse momento", disse Bolsonaro a fiéis da Igreja Mundial do Poder de Deus, em São Paulo.
"Se bem que a Presidência não é o paraíso, muito pelo contrário, é uma cadeira cobiçada, em especial pelos maus. Não é fácil ser presidente. Tinha capacidade? Não. Mas sabemos que Deus nos capacita", acrescentou, modulando o discurso para a plateia religiosa.
Bolsonaro está em uma disputa acirrada no segundo turno da eleição presidencial contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que teve 6,2 milhões de votos a mais na primeira votação.
Neste domingo, o candidato à reeleição voltou a repetir a defesa da família e sua oposição à liberação das drogas e do aborto, que acusa, falsamente, serem propostas de Lula.
A mais recente pesquisa Datafolha mostrou Bolsonaro com 66% das intenções de voto entre os evangélicos, contra 28% de Lula. Já no quadro geral, o petista tem 49% das intenções de voto contra 45% do presidente.
Neste domingo, Bolsonaro lembrou ainda que cumpriu a promessa de indicar para o Supremo Tribunal Federal (STF) uma pessoa "terrivelmente evangélica", referindo-se ao ministro André Mendonça, que é presbiteriano, e disse que isso faz parte de um "resgate do poder".
"Nós vamos não é tomando o poder, nós vamos resgatando o poder para as pessoas de bem", disse.