'Acabou', diz Bolsonaro a ministros do Supremo em encontro na Corte
Após pronunciamento em que se comprometeu a respeitar a Constituição, Bolsonaro foi ao STF para uma reunião com oito ministros, incluindo o presidente do TSE, Alexandre de Moraes
Logo após romper o voto de silêncio que durou quase 45 horas após ser derrotado nas urnas, o presidente Jair Bolsonaro (PL) se dirigiu à sede do Supremo Tribunal Federal (STF), onde se reuniu com oito integrantes da Corte e com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Segundo o ministro Edson Fachin, Bolsonaro disse que considera o assunto do resultado das eleições encerrado e a que a "Corte deve olhar para frente". "O presidente da República usou o verbo acabar no passado. Acabou. Portanto, olhar para a frente", afirmou o ministro. Fachin ainda afirmou que o STF deve em breve divulgar mais um texto com a posição sobre a reunião.
Os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes saíram juntos da reunião e se mantiveram em silêncio diante das perguntas de jornalistas sobre a conversa com o presidente e os eventuais arranjos acertados para uma tentativa de pacificar o País. Moraes, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi alvo de severas críticas do presidente nos últimos anos
Também participaram da reunião, que durou cerca de uma hora e dez minutos, os ministros Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Nunes Marques e André Mendonça, os dois últimos indicados por Bolsonaro à Corte. O encontro durou cerca de uma hora e dez minutos.
Ao deixar o prédio, o presidente se manteve em silêncio. O ministro Paulo Guedes afirmou apenas que o encontro foi "supertranquilo" e "amistoso".
Presidente Jair Bolsonaro acaba de deixar o STF após uma hora de conversa com oito ministros. Fiz uma pergunta clara e direta a ele: "o senhor reconhece a derrota?". Mais uma vez, não houve resposta e o País segue inflamado pela dúvida. pic.twitter.com/PLbXJtISiq
— Weslley Galzo (@weslley_galzo) November 1, 2022
O prédio do STF está fechado nesta terça-feira, 1º, por causa do risco de invasão por apoiadores de Bolsonaro e do feriado de Finados. Além de ter o seu perímetro isolado por barricadas da Polícia Militar do Distrito Federal, o prédio do Supremo reforçou a sua segurança. É possível avistar agentes da polícia judicial portando fuzis ao fazer a ronda no prédio, que geralmente é realizada com o porte de armas não letais e pistolas de baixo calibre.