Autor de texto contra Dilma, banco doou R$ 2 mi a PT e PSDB
Santander fez análise financeira aos seus clientes contra a presidente Dilma Rousseff
Nas eleições de 2010 o Banco Santander doou R$ 2 milhões para as campanhas presidenciais do PSDB e PT, de acordo com as informações disponibilizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em uma análise financeira emitida aos clientes Select – de maior renda-, a instituição financeira espanhola afirmava que a queda da presidente Dilma Rousseff nas pesquisas representava uma melhoria nos índices econômicos.
Ambas as doações de R$ 1 milhão, cada, foram realizadas no mesmo dia, 15 de outubro de 2010, por meio de transferência eletrônica, com os valores destinados aos comitês financeiros para presidente da República.
Ainda de acordo com as informações do TSE, o Santander também doou outros R$ 800 mil para a Direção Nacional do PMDB, no dia 27 de setembro de 2010.
Sobre a análise financeira, em nota o banco pediu desculpas aos seus clientes afirmando que o texto não tem viés político ou partidário. A mensagem enviada no comunicado Você e Seu Dinheiro publicado com o extrato dos clientes Select diz que o crescimento de Dilma nas pesquisas pode provocar um cenário de “reverção”.
"Se a presidente se estabilizar ou voltar a subir nas pesquisas, um cenário de reversão pode surgir. O câmbio voltaria a se desvalorizar, juros longos retomariam alta e o índice da Bovespa cairira, revertendo parte das altas recentes", diz o texto.
O comunicado afirma que "a quebra de confiança e o pessimismo crescente em relação ao Brasil em derrubar ainda mais a popularidade da presidente, que vem caindo nas últimas pesquisas, e que tem contribuído para a subida da Ibovespa".
Em nota, o Santander afirmou que "adota critérios exclusivamente técnicos em todas as análises econômicas, que ficam restritas à discussão de variáveis que possam afetar os investimentos dos correntistas, sem qualquer viés político ou partidário".
"O texto veiculado na coluna ‘Você e Seu Dinheiro’, no extrato mensal enviado aos clientes do segmento Select, pode permitir interpretações que não são aderentes a essa diretriz. A instituição pede desculpas aos seus clientes e acrescenta que estão sendo tomadas as providências para assegurar que nenhum comunicado dê margem a interpretações diversas dessa orientação", diz a nota.
Santander pede desculpas à presidente
Na noite desta sexta-feira, o Banco Santander, por meio de nota, pediu desculpas pelas críticas feitas à presidente Dilma Rousseff. O Santander afirma que a análise divulgada pelos funcionários "não reflete, de forma alguma, o posicionamento da instituição”.
“O referido texto feriu a diretriz interna que estabelece que toda e qualquer análise econômica enviada aos clientes restrinja-se à discussão de variáveis que possam afetar a vida financeira dos correntistas, sem qualquer viés político ou partidário. Sendo assim, o Banco pede desculpas aos clientes que possam ter interpretado a mensagem de forma diversa dessa orientação, e reitera sua convicção de que a economia brasileira seguirá sua bem-sucedida trajetória de desenvolvimento”, avisa o Santander.
O banco também informou que a análise foi enviada apenas para uma pequena base de clientes da instituição, que representa apenas 0,18%.
Veja o aviso completo publicado na homepage do banco espanhol:
“O Santander Brasil vem a público esclarecer que o texto enviado a um segmento de clientes, que representa apenas 0,18% de nossa base, em seu extrato mensal, e repercutido por alguns meios da imprensa hoje, não reflete, de forma alguma, o posicionamento da instituição. O referido texto feriu a diretriz interna que estabelece que toda e qualquer análise econômica enviada aos clientes restrinja-se à discussão de variáveis que possam afetar a vida financeira dos correntistas, sem qualquer viés político ou partidário. Sendo assim, o Banco pede desculpas aos clientes que possam ter interpretado a mensagem de forma diversa dessa orientação, e reitera sua convicção de que a economia brasileira seguirá sua bem-sucedida trajetória de desenvolvimento.”