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Para manter Mais Médicos, Aécio quer rever acordo com Cuba

16 jul 2014 - 14h06
(atualizado às 16h15)
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Aécio Neves é pré-candidato do PSDB à presidência
Aécio Neves é pré-candidato do PSDB à presidência
Foto: Agência Senado

O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, disse nesta quarta-feira que reconhece a importância do Mais Médicos e que pretende manter o programa caso seja eleito, mas que, para isso, é necessário rever o acordo com o governo de Cuba, de onde vêm cerca de 80% dos 14 mil profissionais.

O Mais Médicos foi lançado em 2013 pelo governo federal para tentar reduzir a escassez de profissionais em algumas regiões do País. O valor da bolsa paga aos médicos é de R$ 10 mil, mas, no caso dos cubanos, a remuneração é paga ao governo de Cuba, que repassa cerca de R$ 3 mil aos profissionais. O acordo com o governo de Cuba é intermediado pela Opas (Organização Pan-Americana de Saúde).

“Temos que rever esse acordo para que eles recebam a mesma remuneração dos outros. Vamos estabelecer novas regras de negociação. Não vamos aceitar as regras que foram impostas por Cuba”, disse o tucano, sem explicar, no entanto, como faria para manter o número de médicos no programa caso Cuba não aceite rever esse acordo.

“O governo brasileiro financia o governo cubano com parte da remuneração dos médicos”, continuou o candidato. As declarações foram dadas durante sabatina promovida pelo jornal Folha de S. Paulo, portal UOL, SBT e Jovem Pan.

O tucano disse que não tem “constrangimento” em dar continuidade a programas do governo federal que estejam dando certo. “Política e administração pública é você copiar as coisas que dão certo e aprimorá-las”, afirmou Aécio, antes de citar o Bolsa Família, programa de transferência de renda criado em 20013. "O Bolsa Família vai continuar. O que eu quero é tirá-lo do debate eleitoral."

Pesquisa Datafolha divulgada no início de julho mostra o tucano em segundo lugar na disputa pelo Planato, com 20% das intenções de voto - a presidente Dilma Rousseff (PT) aparece com 38%, e Eduardo Campos (PSB) tem 9%.

Medidas impopulares na economia

Aécio enfrentou uma saia-justa no início da sabatina ao ser convocado a listar quais seriam as “medidas impopulares” que estaria disposto a tomar para melhorar a economia do País, conforme declarou em jantar com empresários. O candidato se esquivou da pergunta, disse que sua declaração está “virando lenda”, mas que é preciso “olhar para o futuro”.

O tucano ainda afirmou que não governará com os olhos “nas curvas de popularidade” e aproveitou para criticar o governo da presidente Dilma.

“O que eu tenho dito em todos os encontros é que vou tomar as medidas necessárias para colocar o Brasil no rumo do crescimento, com controle da inflação. Medidas impopulares estão  sendo feito por esse governo”, afirmou Aécio. “O Brasil vive um processo de estagflação e crescimento pífio. A inflação está ultrapassando o teto da meta sem que o governo acene de forma clara as medidas que tomaria no futuro para reverter esse quadro perverso.”

Para o ex-governador de São Paulo e candidato ao Senado José Serra (PSDB), que acompanhou a sabatina, questões ligadas à economia do país poderiam ter sido mais debatidas.

“Ter um governo que desperte mais confiança vai provocar uma queda na taxa de juros de longo prazo e aumento do investimento privado. O problema hoje da redução de investimentos é o receio do que pode acontecer no futuro. No momento em que isso tiver saído da pauta, com o próximo presidente, no caso o Aécio, o investimento privado vai ser retomado. É uma das questões que poderiam ter sido aprofundadas neste debate", afirmou Serra, que se disse "impressionado" com o "bom desempenho" de Aécio na sabatina.

Copa do Mundo

Questionado sobre as declarações feitas pelo adversário Eduardo Campos de que alguns candidatos emitiram opiniões a respeito da Copa do Mundo “ao sabor da maré”, Aécio disse acreditar que Campos falava de Dilma.

“Acho que ele se referiu à presidente, que tentou surfar no êxito da seleção. O que eu vi foi uma tentativa do governo de se apropriar a qualquer custo (da Copa)”, afirmou.

Sobre uma eventual intervenção do governo no futebol e na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o tucano voltou a dizer que o país não precisa de uma “Futebrás”, mas defendeu a criação de uma lei de responsabilidade para o esporte. 

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Fonte: Terra
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