Agenda 7 de Setembro: Confira a programação em 9 capitais brasileiras e no Distrito Federal
Desfiles cívicos, previsão do tempo e mais informações sobre o que esperar neste feriado
Esta quarta-feira, 7 de setembro, marca o bicentenário da proclamação da Independência do Brasil. Os desfiles cívicos para comemorar a data voltam a acontecer depois de dois anos sem atividades em público, devido às medidas de prevenção contra a covid-19. Aqui, preparamos um resumo com a programação em cinco capitais e no Distrito Federal, além de outras informações sobre o feriado.
Brasília
O desfile cívico-militar de Brasília deve ser um dos maiores já realizados. A Secretaria de Segurança Pública do DF espera um público recorde para 2022 e montou um esquema de segurança de proporções inéditas para evitar conflitos. Uma previsão de custo publicada no Diário Oficial da União aponta que o governo de Jair Bolsonaro (PL) deve gastar R$ 3,38 milhões com o evento, valor três vezes maior do que o gasto em 2019 (R$ 971 mil).
O desfile acontece na Esplanada dos Ministérios nesta quarta-feira, 7, a partir das 9h. São esperadas cerca de 280 mil pessoas, dentre representantes das forças militares, escolas de Brasília, escolas militares e grupamento de tratores. Todos os participantes devem passar por revista para garantir que não estejam portando itens proibidos como armas, mastros de bandeiras, vidros, sprays e apontadores de laser, por exemplo.
Além do desfile, Brasília também tem uma programação especial no Palácio do Itamaraty. O local está promovendo exposição do coração de Dom Pedro I, o primeiro Imperador do Brasil e responsável por proclamar a independência do País. O coração foi transportado em uma urna especial e fica exposto até o dia 8 de setembro, quando retorna para a cidade do Porto, em Portugal, onde é guardado há 187 anos.
A cidade ainda deve ser palco de movimentos e manifestações em apoio a Bolsonaro até o fim da quarta-feira, 7, após o desfile cívico. Para evitar transtornos, como a ocupação de manifestantes sobre a Esplanada em 2021, o governo do Distrito Federal proibiu a entrada de veículos na área normalmente usada como estacionamento e deve isolar prédios considerados sensíveis, impedindo inclusive a entrada de pedestres.
Os apoiadores de Bolsonaro se reúnem na Esplanada. Ele deve discursar no evento antes de partir para o Rio de Janeiro, onde participará de outro desfile voltado a seus apoiadores.
Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro, o Comando Militar do Leste (CML) preparou diversas atividades distribuídas pela cidade. A partir das 8h da manhã, o 31º Grupo de Artilharia de Campanha deve realizar uma salva de tiros no Forte de Copacabana. Até o meio dia, bandas de música do Exército devem se apresentar nos bairros do Flamengo, na Lagoa, em Madureira, no Méier, em São Cristóvão, em Sulacap e na Urca.
A partir das 13h, terá início o evento principal: uma cerimônia comemorativa do bicentenário da Independência na Avenida Atlântica, em Copacabana. O evento deve ter um show aéreo da Esquadrilha CEU e apresentação de bandas e orquestras dos Fuzileiros Navais, do 1º Batalhão de Guardas, da Força Aérea Brasileira e da Polícia Militar do Rio. Em seguida, a frota da Esquadra Brasileira e a Artilharia devem executar salvas de 21 tiros em homenagem à proclamação da Independência do Brasil.
Bolsonaro deve comparecer, mais uma vez, a uma motociata organizada por apoiadores. O movimento sai do Flamengo em direção à Praia de Copacabana com previsão de chegada às 15h. A manifestação será a favor da reeleição do presidente e contra instituições e autoridades identificadas pelos bolsonaristas como "inimigos", como o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Alexandre de Moraes, do STF e atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
São Paulo
Em São Paulo, o principal evento do 7 de setembro acontece no Museu Paulista, na Zona Sul da cidade. Mais conhecido como Museu do Ipiranga, o local será reaberto ao público como parte das comemorações do bicentenário da Independência do Brasil, com presença de autoridades e convidados. Durante o dia 7, o museu terá visitação exclusiva na reinauguração para um grupo de estudantes de escolas públicas e operários que trabalharam nas obras de restauração.
A partir de quinta, 8, a visitação será aberta para o público geral, por meio de agendamento no site do museu. A entrada será gratuita durante os dois primeiros meses de funcionamento, até o dia 07 de novembro. Entre os dias 07 e 11 de setembro, o público ainda poderá aproveitar uma programação de shows e eventos em um palco montado no Parque da Independência, por onde devem passar diversos artistas como Criolo, Vanessa da Mata e Gaby Amarantos.
Pela primeira vez, o desfile cívico-militar de São Paulo também acontece no entorno do Museu Paulista. O ato está previsto para percorrer toda a extensão da Avenida d. Pedro I e no evento de reinauguração do museu, no Parque da Independência.
Além dos eventos no museu, pelo menos 13 trios elétricos — ligados a grupos com discursos radicais e ligados a candidatos de direita — pediram autorização para ocupar a Avenida Paulista no feriado de 7 setembro.
Belo Horizonte
A capital mineira terá desfile das Forças Armadas nesta quarta-feira, 7, a partir das 9 horas, na avenida Afonso Pena, em Belo Horizonte. O governo estadual confirmou a presença das forças de segurança pública estaduais, incluindo a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Civil.
O desfile segue um trajeto até o Palácio da Liberdade, onde deve acontecer uma apresentação dos Dragões da Inconfidência e da banda da Polícia Militar de Minas Gerais. O show está previsto para o período da tarde, a partir das 16 horas. As participações do governador Romeu Zema (Novo) e do prefeito de Belo Horizonte Fuad Noman (PSDB) são esperadas nesses eventos.
Belo Horizonte ainda será palco da 28ª edição do Grito dos Excluídos e das Excluídas, às 9 horas do dia 7 de setembro, na praça Vaz de Melo, localizada em Lagoinha. Segundo os organizadores, o tema será "Brasil: 200 anos de (In)dependência. Para quem?", com o objetivo de dar voz a grupos não "incorporados a esse Brasil considerado independente".
Em Minas, também devem acontecer atos em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Manifestantes preparam ato de apoio ao mandatário, às 10h, na praça da Liberdade, com a participação do vereador bolsonarista Nikolas Ferreira (PL).
Curitiba
Em Curitiba, o desfile cívico-militar acontece a partir das 9 horas, na quarta-feira, 7. Cerca de 3,2 mil integrantes das Forças Armadas devem participar do tradicional desfile na Avenida Cândido de Abreu. As ruas no entorno do Centro Cívico devem ser bloqueadas para a comemoração do bicentenário da Independência do Brasil.
O governo estadual espera que aproximadamente mil pessoas participem do evento. Integrantes do Clube do Cavalo do Paraná, da Polícia Militar, devem se apresentar após o desfile.
Evangélicos marcaram para as 9h um ato de louvor e clamor pela Pátria. O evento ocorrerá na praça 19 de Dezembro, no Centro Cívico. O Grito dos Excluídos, organizado por movimentos de esquerda, ocorre às 9h na Vila União, na área de ocupação Tatuquara. Um ato em apoio ao presidente Bolsonaro está marcado para as 14h na Praça Nossa Senhora de Salete.
Curitiba também sedia outros eventos em comemoração à Independência do Brasil. A programação varia de exposições artísticas a sessões de filmes. Para conferir, basta acessar o Guia Curitiba.
Porto Alegre
Celebrando o bicentenário da Independência, o desfile de Porto Alegre contará com saltos de paraquedistas e apresentações navais e aéreas sobre a orla do Lago Guaíba, no Centro Histórico da capital gaúcha. O evento começa às 10h desta quarta-feira, 7, na Avenida Evaldo Pereira Paiva - mais conhecida como Avenida Beira Rio. São esperados cerca de cinco mil policiais civis e militares, além de ex-combatentes da Força Expedicionária Brasileira, veteranos das Forças Armadas e representantes de entidades civis.
Após o desfile, uma cerimônia marca a transformação do Fogo Simbólico da Pátria em Chama Farroupilha, sendo transportada pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho até o acampamento no Parque Harmonia. A Chama Farroupilha fica no parque até 20 de setembro, quando acontecem as comemorações da Revolução Farroupilha.
A capital do Rio Grande do Sul terá o Grito do Excluídos, organizado por movimentos de esquerda, no bairro Partenon, começando às 9h. Apoiadores do presidente Bolsonaro farão ato às 14h na avenida Goethe.
Recife
A capital de Pernambuco fará uma celebração oficial pelo 7 de Setembro na avenida Mascarenhas de Moraes, no bairro da Imbiribeira. A programação começa às 7h30, com o início do desfile programado para as 8h30. O evento deve acabar por volta das 12h, quando o trânsito será liberado novamente na avenida.
O Grito dos Excluídos, organizado pela esquerda, terá concentração a partir das 8h no Parque Treze de Maio. Os manifestantes planejam caminhar até Santo Antônio. Também haverá um ato bolsonarista às 14h, saindo da avenida Boa Viagem, na Zona Sul da cidade.
Salvador
A capital da Bahia terá um ato em apoio ao governo de Jair Bolsonaro (PL) saindo do Farol da Barra, às 9h. No mesmo horário, começa a caminhada do Grito dos Excluídos, organizado pela esquerda, saindo do Teatro Castro Alves. Também às 9h, ocorre o desfile oficial em frente ao Palácio da Aclamação, no Campo Grande.
Goiânia
A capital de Goiás terá o ato Grito dos Excluídos e Excluídas, organizado por movimentos de esquerda, às 9h. Para as 14h, está marcada uma manifestação pelos 200 anos da Independência no Parque Vaca Brava.
Natal
A capital do Rio Grande do Norte terá o ato Grito dos Excluídos, da esquerda, às 9h, e o ato da Força Democrática, ligado a movimentos de direita, às 14h.
Movimentos pela democracia
Manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro e pró-democracia acontecem no próximo sábado, 10 de setembro, para evitar confrontos durante o feriado da Independência. Em entrevista ao Estadão, Josué Rocha, da coordenação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), afirmou que, neste ano, o objetivo é não estimular a violência política no Brasil. "Sabemos que [os bolsonaristas] vêm com discurso golpista e também postura muito violenta e nossa ideia não é essa", explica.
Os atos de rua também devem ter cunho partidário, demonstrando apoio ao ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo pesquisa divulgada ontem, 05, pelo Instituto IPEC, o candidato conta com 52% das intenções de voto para o primeiro turno, contra 36% de Jair Bolsonaro.
Previsão do tempo para 7 de Setembro nas capitais
Em Brasília, a máxima será de 28º C e a mínima de 15º C, de acordo com o Climatempo. A maior parte do dia será ensolarado, com algumas nuvens e sem previsão de chuva.
Rio de Janeiro deve compartilhar a mesma máxima, marcando mínima de 14º C nas primeiras horas da manhã. Segundo o Climatempo, o dia será de sol com algumas nuvens e sem previsão de chuva.
Belo Horizonte deve apresentar um clima parecido, com mínima de 11ºC e máxima de 27º C. O Dia da Independência será de sol com algumas nuvens e sem chuva.
Já em São Paulo, a previsão é de chuva a qualquer momento do dia. Dados do Climatempo mostram que a capital paulista tem previsão de máxima em 24º C e mínima em 14º C, com períodos nublados e outros com sol entre muitas nuvens.
A capital paranaense também será marcada pela chuva durante o 7 de setembro. Curitiba terá mínima de 11ºC e máxima de 19º C, com períodos nublados e chuva a qualquer momento.
Em Porto Alegre, a previsão é de chuva na parte da manhã e sol no restante do dia. A capital gaúcha deve marcar máxima de 23º C e mínima de 15º C.
Quem trabalha durante o 7 de Setembro recebe hora extra?
O trabalho em dias de feriado nacional, como a Independência do Brasil, são proibidos para trabalhadores registrados formalmente pela Consolidação das Leis de Trabalho (CLT). Existe uma exceção para áreas consideradas essenciais — saúde, por exemplo — e, neste caso, os profissionais trabalhando durante o feriado podem ter direito a receber hora extra em dobro ou folga compensatória posterior.
O que abre e o que fecha neste feriado de 7 de setembro
O que aconteceu no 7 de Setembro durante a pandemia
Os feriados da Independência do Brasil em 2020 e 2021 foram atípicos, marcados pelos impactos e medidas de prevenção à covid-19. Em 2020, os desfiles cívico-militares foram cancelados na maior parte das cidades brasileiras, como medida para evitar a aglomeração de pessoas. Foi a primeira vez que Brasília não teve o desfile desde o fim da ditadura militar, em 1985. Apesar disso, milhares de brasileiros saíram durante o feriado, decretando "por conta própria" fim do isolamento e infringindo leis municipais e estaduais.
Em 7 de setembro de 2020, a média móvel de mortes por covid-19 era de 779 pessoas por dia no Brasil, segundo dados da Universidade John Hopkins. No total, eram mais de 120 mil óbitos registrados no país desde o começo da pandemia. Era a fase final da primeira onda da doença, numa época onde as vacinas ainda estavam em desenvolvimento e pesquisa.
Um ano depois, o cenário começava a mudar. Depois de uma segunda onda violenta, com novos picos na média de óbitos registradas no país, os efeitos da campanha de vacinação contra covid-19 apareceram com êxito. Dados da Universidade John Hopkins mostram que, em 7 de setembro de 2021, a média móvel registrava 525 óbitos pela doença, apontando para queda nas semanas seguintes.
Havia esperança de combater a pandemia de covid-19, mas aglomerações ainda não eram recomendadas por especialistas. Os desfiles cívico-militares, novamente, não aconteceram. Indo contra as medidas de prevenção, o presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou manifestações em apoio ao seu governo.
Em discurso na Avenida Paulista, o presidente fez declarações criticando prefeitos e governadores que mantiveram medidas restritivas de combate à pandemia e insinuou a possibilidade de usar recursos não-democráticos para se manter no poder. "Nesse momento eu quero mais uma vez agradecer a todos vocês. Agradecer a Deus, pela minha vida e pela missão, e dizer àqueles que querem me tornar inelegível em Brasília: só Deus me tira de lá. Só saio preso morto ou com vitória. E dizer aos canalhas que eu nunca serei preso", afirmou o presidente. Dias depois, por recomendação do ex-presidente Michel Temer (MDB), Bolsonaro voltou atrás por meio de uma carta pública declarando ter respeito aos poderes e obediência à constituição.