Alckmin ressurge como vice de Lula após ser autor de pior desempenho do PSDB em 2018
Vice-presidente eleito disputou cargo na presidência nas últimas eleições, que elegeu Jair Bolsonaro (PL)
O vice-presidente eleito neste domingo, 30, Geraldo Alckmin (PSB), possui longa história na política brasileira. Ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ele ressurgiu após ser o autor do pior desempenho na história do PSDB, partido ao qual era filiado, nas eleições presidenciais de 2018.
Na época, Alckmin ficou em quarto lugar, com cerca de 5% dos votos, perdendo a eleição para Jair Bolsonaro (PL). Ele ficou atrás de Fernando Haddad (PT), e de Ciro Gomes (PDT). No segundo turno, o ex-tucano não declarou apoio a nenhum candidato.
Ainda quando foi candidato à Presidência, Alckmin teve desempenho ruim em São Paulo, Estado que governou quatro vezes, e não ganhou em Pindamonhangaba (SP), sua cidade natal, da qual já foi prefeito e vereador.
Vida na política
Foi em Pindamonhangaba que Geraldo Alckmin iniciou na vida política. Médico anestesiologista, ele concorreu ao cargo de vereador do município e foi eleito para o mandato de 1973 até 1977. De 1977 a 1982, ele foi prefeito.
O político foi deputado estadual de 1983 a 1987, e logo em seguida, elegeu-se deputado federal por dois mandatos, de 1987 a 1995.
Em São Paulo, Alckmin foi vice-governador no mandato de Mário Covas, de 1995 a 2001, sendo eleito governador em seguida, pelo PSDB, cargo que ocupou até 2006. Foi reeleito em 2011, e ocupou o cargo até 2018, sendo sucedido pelo vice, Márcio França (PSB), durante a campanha política para a presidência.
De rivais a aliados
A preocupação em conquistar votos do centro e da direita permeou até a escolha do vice na chapa de Lula. O ex-tucano Geraldo Alckmin, que foi derrotado pelo próprio petista na campanha presidencial de 2006, deixou o PSDB após 33 anos e se filiou ao PSB para fazer dobradinha com Lula.
No lançamento de sua pré-candidatura, em maio, Lula disse que se aliou ao antigo adversário político em prol da democracia e falou em restaurar a soberania do Brasil e do povo brasileiro. "Somos de partidos diferentes, fomos adversários. Estou feliz por tê-lo na condição de aliado", disse Lula.
Lula conseguiu que nomes como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), a senadora Simone Tebet (MDB) e o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) pedissem votos para ele.
Já Bolsonaro teve ao seu lado o ex-juíz Sergio Moro (União Brasil), o governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB).