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Aliado de Bolsonaro defende legalização do aborto

Fundador do PSL já pediu plebiscito sobre a união de pessoas do mesmo sexo e propôs cortar gastos militares

30 jul 2018 - 05h12
(atualizado às 08h35)
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O presidente de honra e fundador do PSL, Luciano Bivar, que lançou a candidatura do deputado federal Jair Bolsonaro à Presidência nas eleições 2018, já defendeu propostas que contradizem algumas das principais bandeiras do presidenciável.

Jair Bolsonaro será candidato à Presidência pelo PSL
Jair Bolsonaro será candidato à Presidência pelo PSL
Foto: Adriano Machado/File photo / Reuters

Bivar se declarou, no livro Burocratocia: A Invasão Invisível, de sua autoria, a favor da legalização do aborto. Em sua própria campanha para presidente da República, em 2006, ele pediu ainda um plebiscito sobre a união de pessoas do mesmo sexo e defendeu o Bolsa Família. Outra atual aliada, a advogada Janaina Paschoal também já se posicionou de forma contrária a Bolsonaro no ano passado.

Bivar lançou Burocratocia em 2006. Nele, quando recorda sua atuação como deputado federal, escreve: "Combati a retórica e a falácia dos defensores dos direitos humanos, quando propus a legalização do aborto e da eutanásia e a introdução da pena de morte para crimes de sequestro seguido de morte".

Ele defende ainda tratados para que grandes potências participem da defesa do Brasil: "Com isso, podemos diminuir 60% do nosso recrutamento militar, poupando uma verba anual expressiva". Bolsonaro é capitão da reserva do Exército e tem base eleitoral nos quartéis.

Além disso, Bivar pediu a extinção do tributo pago sobre quem tem imóveis em terrenos da Marinha. "Os custos da União para cobrar esse tributo não justificam a sua permanência", afirmou aos leitores.

A assessoria de Bivar respondeu que "hoje, as posições (de Bivar) estão sendo amadurecidas em conjunto com todas as tendências que formam o PSL".

Janaina Paschoal já criticou Bolsonaro

A advogada do impeachment Janaina Paschoal fez críticas ao candidato do PSL no Twitter. Em post de 24 de novembro do ano passado, disse não gostar "do tom" do deputado e que ele "haveria de cuidar mais de sua fala". "Ando preocupada com isso", afirmou.

No mesmo mês, Janaina declarou na plataforma que Bolsonaro precisava ponderar seu discurso e ouvir pessoas que pensam diferente. Foi o mesmo tom usado pela advogada no lançamento da candidatura do deputado, domingo retrasado.

Ao Estado, Janaina afirmou que não vê estes tuítes como críticas, "mas como conselhos" ao deputado. "Estão em consonância com o que eu falei na convenção. E, pelo que tenho observado, ele está cuidando dessas questões", afirmou.

O presidente do PSL, Gustavo Bebianno, disse ao Estado que as opiniões de Janaina são de uma "mulher forte", que pode "agregar" à chapa. Nesta segunda-feira, 30, Bolsonaro se encontrará com Janaina em São Paulo, na tentativa de acertar seu posto como vice na chapa. A aliança ficou abalada após o discurso da advogada na convenção do PSL.

PSL avalia sete nomes para vice

Após quatro tentativas, a campanha de Bolsonaro cogita sete nomes para vice: Luciano Bivar; a jornalista Joice Hasselmann; o empresário Paulo Marinho; o presidente do PSL de Minas, Alvaro Antonio; o astronauta Marcos Pontes; o general Fernando Azevedo e Silva; e o príncipe Luiz de Orléans e Bragança.

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