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Análise: alvo de Haddad e Tarcísio, Garcia buscou se defender em debate

Se o nível da discussão não foi melhor, com mais profundidade e discussão de projetos, é porque em espaço de tempo tão exíguo é difícil coordenar boa comunicação, conhecimento e manter a calma frente aos adversários e jornalistas

14 set 2022 - 01h27
(atualizado às 07h55)
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Rodrigo Garcia
Rodrigo Garcia
Foto: TV Cultura

O debate foi, no geral, bastante positivo. Independente do candidato ou do partido, o tom foi de civilidade, boa oratória e momentos mais enfáticos, como não poderia deixar de ser.

    Houve, assim, dois grupos de candidatos. No primeiro: Fernando Haddad, Tarcísio Freitas e Rodrigo Garcia - que, no caso, os dois últimos disputam espaço no segundo turno com Haddad. No segundo grupo - com poucas chances: Vinicius Poit e Elvis Cezar.

    Haddad e Freitas acabaram, em muitos momentos, nacionalizando a discussão no debate, pois traziam seus candidatos à presidência, Lula e Bolsonaro, à tona.

    Garcia, na condição de governador, acabou sendo atacado por Haddad e Tarcísio e buscou, como tem sido frequente, se defender afirmando estar a pouco tempo governando e que não tem padrinho político, camuflando Doria. Poit é, ideologicamente, ligado ao liberalismo e sua argumentação se alicerça neste pressuposto e, por isso, na constante crítica do volume pago de impostos e do baixo retorno ao cidadão por parte do Estado.

    Cezar, em suas falas, enfatizou sua gestão como prefeito, suas realizações e reconhecimento com um dos melhores prefeitos do país. Seja no confronto direto ou nas questões dos jornalistas e nos comentários dos adversários, cada candidato teve bons momentos e, também, fragilidades.

    Tome-se, por exemplo, o questionamento de um jornalista para Garcia acerca da corrupção envolvendo seu irmão e com o comentário de Haddad insistindo que ele, Rodrigo Garcia, estava a poucos metros do gabinete do irmão e não identificou as irregularidades. Como resposta, Garcia rememorou as corrupções no bojo do lulopetismo e cobrou o mesmo de Haddad. Freitas, candidato de Bolsonaro, foi questionado sobre ser um candidato do atual presidente e fez questão de defendê-lo.

    Mais ainda: vacinado das críticas de que é um forasteiro, Freitas fez questão de falar acerca de dados, localidades, problemas atinentes ao Estado mostrando que estudou São Paulo, contudo, em alguns momentos sua memória lhe traiu.

    Se o nível não foi melhor, com mais profundidade e discussão de projetos, é porque em espaço de tempo tão exíguo é difícil coordenar boa comunicação, conhecimento e manter a calma frente aos adversários e jornalistas. Não sei o leitor, mas se comparado aos postulantes à Presidência, tenho a impressão de que os candidatos ao governo estadual são, em muitos casos, melhores que seus congêneres no âmbito federal.

    Estadão
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