Apoio de "caciques" da política atrapalha candidatos
Ibope mostra que o eventual apoio de líderes políticos a nomes que concorrem à Prefeitura pode ter efeito negativo maior que positivo
O eventual apoio de "caciques" da política nacional pode mais atrapalhar do que ajudar alguns candidatos à Prefeitura da capital, segundo os números da pesquisa Ibope/Associação Comercial de São Paulo.
O instituto perguntou aos entrevistados se eles ficariam mais ou menos propensos a votar em candidatos que recebessem o apoio do presidente Jair Bolsonaro, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do governador João Doria e do ex-governador Geraldo Alckmin. Em todos os casos, as respostas negativas superaram as positivas.
Apesar de Bolsonaro ter vencido em São Paulo com folga de 20 pontos porcentuais a disputa presidencial de 2018, agora praticamente metade dos eleitores paulistanos (47%) afirmam que o apoio dele a alguém reduziria sua vontade de votar nessa pessoa. Desse total, 41% afirmam que a vontade diminuiria muito, e 6% que diminuiria um pouco.
Dos integrantes da lista apresentada pelo Ibope, Lula aparece como o cabo eleitoral mais forte. Um terço dos entrevistados (32%) se declaram muito ou pouco inclinados a votar em um candidato a prefeito impulsionado pelo ex-presidente. Mas do outro lado, entre os que rejeitariam dar o voto a um aliado de Lula, o contingente é ainda maior: 40%.
O levantamento do Ibope mostra ainda que a influência positiva de Doria ao manifestar apoio a alguém seria de 16%, enquanto a negativa seria o triplo disso (48%).
No caso de Alckmin, a proporção é a mesma: a taxa de eleitores que rejeitariam o apoio do tucano a um candidato (45%) é o triplo dos que veriam isso como positivo (15%).